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E-commerce espera um crescimento de 10% nas vendas durante a Black Friday

Mais de R$ 11 bilhões devem ser movimentados em uma semana – Foto: Pixabay

A Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) estima que, durante a Black Friday até a Cyber Monday, no dia 2 de dezembro, o setor fature R$ 7,93 bilhões, valor 10,18% superior aos R$ 7,2 bilhões registrados em 2023. São esperados 10,7 milhões de pedidos em todo o Brasil. Somado a outras compras realizadas no período, a ABComm prevê que o e-commerce alcance R$ 11,63 bilhões em vendas, valor quase três vezes maior do que o registrado em uma semana comum de vendas on-line. Os produtos eletrônicos, eletrodomésticos, moda e itens de beleza e saúde devem ser os mais procurados.

O vice-presidente da ABComm, Rodrigo Bandeira, destaca que o atual momento econômico do Brasil contribui com a expectativa positiva para a Black Friday. “O último trimestre é um período tradicionalmente aquecido no varejo. A estimativa de 10,18% de crescimento na Black Friday é muito relevante, principalmente se considerarmos o período da pandemia, que colocou o e-commerce em um patamar muito maior”.

Sobre o tíquete médio, a Associação espera que o consumidor gaste R$ 738 em suas compras, um aumento de 4,6% em relação aos R$ 705 registrados em 2023. Bandeira ressalta que um dos fatores para esse aumento é a valorização do dólar em relação ao real. “Produtos que sofrem influência cambial ficam mais caros e, automaticamente, elevam o tíquete médio. Além disso, a melhora no mercado de trabalho permite às pessoas comprarem mais. Por outro lado, há aspectos não tão positivos, como o encarecimento dos produtos, que influencia no crescimento do tíquete médio”.

Um ponto muitas vezes questionado pelos consumidores são os descontos oferecidos durante a Black Friday. Bandeira explica que, mesmo com o “Custo Brasil”, o setor tem conseguido um bom desempenho. “A realidade tributária, os custos de seguros, combustíveis para o transporte de produtos e os encargos trabalhistas no Brasil são diferentes, e é muito difícil competir com os preços praticados no exterior”.

Para quem deseja comprar algum produto na Black Friday, o vice-presidente da ABComm orienta a pesquisa com antecedência. “O consumidor deve fazer uma lista do que realmente precisa, para que realize uma compra de maneira assertiva, com foco no que está buscando e dentro de uma organização financeira pessoal”.

O economista Gelton Pinto Coelho reforça a importância da organização nas compras e da consciência financeira em relação à renda. “Comprar por impulso pode impedir o consumidor de alcançar sonhos maiores. Por isso, a escolha deve levar em conta o que ele considera justo em termos de preço, se cabe no orçamento, se é um objetivo de compra ou traz satisfação pessoal. No caso de preço elevado, o ideal é evitar o consumo”.

“O planejamento financeiro é essencial para alcançarmos os melhores objetivos com a renda. Quem já o pratica, sabe quais produtos realmente têm descontos e valem a pena, e quais devem ser deixados de lado. Há opções de pagamento que podem ampliar os descontos, como o Pix. Pagar à vista sempre será a melhor opção”, complementa.

Crescimento em 2024

De acordo com a projeção da ABComm, 2024 deve fechar com um faturamento de R$ 204,2 bilhões, alta de 9,9% em relação ao ano anterior. “A Black Friday e o Natal estão interligados. Se as vendas na Black Friday forem satisfatórias, o empresário não precisará acelerar as vendas no Natal, pois já terá atingido sua meta antes. No Natal, as pessoas também estarão predispostas a consumir, mas tudo depende do que vai acontecer nessas duas datas”, conclui Bandeira.