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Despesas com alimentação e bebidas crescem 9,3% frente ao ano passado

Foto: Freepik.com

Dados da Pesquisa IPC Maps mostram que os gastos das famílias brasileiras com alimentação e bebidas dentro e fora do lar ultrapassarão o patamar de R$ 1 trilhão até o final de 2024. O volume representa um acréscimo de 9,3% em relação ao ano passado, quando o setor respondeu por R$ 929,5 bilhões. O Estado de São Paulo responderá por quase R$ 259,5 bilhões dos gastos e lidera o ranking regional, seguido por Minas Gerais (R$ 110,8 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 86,1 bilhões), Rio Grande do Sul (R$ 65,4 bilhões) e Paraná (R$ 65,4 bilhões).

Minas Gerais deverá crescer 9,9% este ano, se comparado a 2023, quando os mineiros gastaram R$ 100,8 bilhões em alimentação e bebidas. Quando analisados só os dados de Belo Horizonte, o acréscimo projetado é de 5,5%. As famílias da capital mineira deverão gastar cerca de R$ 17,4 bilhões frente aos R$ 16,5 bilhões de 2023.

De acordo com o relatório, a classe A, que representa o segmento mais rico da pirâmide social, destina uma parcela menor de sua renda para despesas básicas. Em contrapartida, a classe C, considerada a classe média e com a maior proporção populacional, têm mostrado um aumento nas condições de renda.

As classes D e E também registraram um aumento considerável ao comparar 2023 com 2024. No entanto, essas classes têm priorizado o acesso a produtos essenciais, uma vez que a renda disponível não comporta aumentos nas despesas, sob o risco de comprometer outros gastos essenciais.

A economista Paula Albuquerque aponta que o crescimento na quantidade de pessoas com trabalho formal contribuiu para o aumento. “A segurança de um emprego fixo ajuda para que os indivíduos comprem mais produtos, inclusive os que não fazem parte da cesta básica, melhorando a qualidade e a variedade do que consomem”.

“Esse sinal positivo na situação financeira faz com que os cidadãos se sintam mais confiantes e aumentem os gastos, contribuindo para alavancar o consumo nos supermercados e padarias. Além disso, com maior renda, as famílias podem optar por produtos de maior qualidade ou por refeições fora de casa, como restaurantes e eventos sociais”, completa.

Em Minas Gerais, por exemplo, a previsão de avanço no grupo “alimentação fora do domicílio” é 9,3%, acima do previsto para o Brasil, que é de 9,1%. “Com milhares de pessoas almoçando e jantando fora diariamente, o movimento em bares e restaurantes cresceu. A facilidade do delivery também fez com que o segmento de alimentação fora de casa aumentasse. Estratégias como tecnologias para melhorar o atendimento ao cliente e programas de fidelidade podem ajudar os estabelecimentos a expandirem ainda mais”, explica Paula.

Em termos de pontos de venda de serviços alimentícios, o IPC Maps apurou a abertura de 43.826 unidades desde 2023. O número representa alta de 2,7%, totalizando 1,6 milhão de estabelecimentos no país. Em Minas Gerais, 6,7 mil novas unidades deverão ser abertas até o final do ano. Isso representaria um acréscimo de 4%, totalizando mais de 178 mil unidades de serviços alimentícios no Estado.

Para o analista de mercado, Pedro Vieira, o setor de alimentação tem se mostrado resiliente e inovador, e os números de 2024 confirmam essa tendência. “Esse crescimento é impulsionado por fatores como a maior demanda por opções de alimentação diversificada e a popularização das plataformas de entrega. Após os desafios impostos pela pandemia, muitos empreendedores viram uma oportunidade de inovar e se adaptar às novas demandas do mercado. O foco em experiências diferenciadas e na qualidade dos produtos tem sido um fator chave para o sucesso”.

“As novas aberturas não apenas refletem um aumento na quantidade, mas também uma diversificação nas ofertas. Conceitos como food trucks, restaurantes veganos e espaços de alimentação colaborativa têm ganhado espaço”, conclui.