O brasileiro tem enfrentado dificuldades em relação ao preço para comprar um veículo. Essa foi a justificativa apontada por 80% dos entrevistados em uma pesquisa realizada pelo site Webmotors. Encontrar o modelo desejado (75%) e localizar as especificações do veículo (56%) também foram citados.
A consultora financeira Loren Mendes explica que as famílias brasileiras não têm conseguido poupar dinheiro. “O aumento do custo de vida, aliado ao alto endividamento, faz com que sobrem cada vez menos recursos para novos investimentos e/ou emergências”.
A pesquisa revela que o financiamento do veículo foi utilizado por 45% dos respondentes, seja para o valor total do carro ou após uma entrada em dinheiro ou a troca pelo veículo atual. Automóveis com faixas de preço entre R$ 50 mil e R$ 80 mil (27%), R$ 80 mil e R$ 120 mil (24%) e até R$ 50 mil (23%) foram os mais citados.
Para quem optou pelo financiamento, Loren sugere o pagamento de um bom número de parcelas de forma antecipada, pois o desconto nos juros costuma ser atrativo. Ela também destaca a importância de se atentar ao orçamento para evitar problemas financeiros. “A primeira questão a ser lembrada é que, além do valor da parcela, o carro tem outras despesas, como IPVA, combustível, manutenção e seguro. Portanto, é essencial somar todos esses custos e avaliar se caberão no orçamento”.
“Outro ponto, igualmente importante, são as taxas de juros e os custos extras do financiamento, que podem fazer com que o veículo saia até três vezes mais caro no final. Por isso, é fundamental pesquisar, comparar e negociar com os bancos/ financeiras, a fim de reduzir esses custos”, acrescenta.
Para aqueles que não têm pressa em comprar um veículo, uma das alternativas apontadas por Loren é o consórcio. “Ele pode ser uma boa opção para adquirir o bem de forma planejada e com um custo menor, mas tudo deve ser analisado e comparado para evitar que o sonho do carro novo se transforme em um pesadelo financeiro”.
Mercado em alta
De acordo com o último relatório da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), foram vendidos 10.238.396 veículos nos primeiros sete meses de 2024. O acumulado deste ano é 8,4% maior do que no mesmo período do ano passado.
Já os veículos zero quilômetro, de acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), até agosto, somaram 1.197.182 unidades emplacadas, um volume 12,6% maior que no mesmo mês de 2023.
O que deve ser observado?
Para quem deseja comprar um carro, a especialista em mecânica automotiva, Luciana Félix, orienta que o primeiro passo é fazer um test drive para verificar se está tudo certo com o veículo. “Leve o carro a uma oficina de confiança, onde os profissionais possam avaliar a suspensão, os freios e o motor. Verificar se o veículo tem problemas na lataria e checar o histórico de manutenção traz muita tranquilidade para quem está adquirindo o carro. Assim, com a avaliação técnica de um profissional de confiança, você pode fazer uma compra segura e acertada, garantindo sua satisfação com o veículo”.
Luciana explica que manter o automóvel em bom estado de conservação pode possibilitar uma melhor valorização na hora da revenda. “É importante também garantir que os pneus estejam em boas condições. Na hora da revenda, a avaliação dos pneus é muito comum, e, às vezes, eles já estão mais desgastados do que o recomendável. Então, manter os pneus em boas condições passa segurança para quem está comprando o veículo”, finaliza.