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Esgrima: um xadrez dinâmico que requer concentração e agilidade

Objetivo é fazer pontos tocando no adversário com a espada – Foto: Freepik.com

Esporte de combate em que dois oponentes tentam tocar um ao outro com uma espada para marcar pontos, a esgrima chegou ao Brasil ainda no período imperial, devido ao interesse de Dom Pedro II na modalidade. A atividade está nas Olimpíadas desde a primeira edição dos Jogos, em 1896.

A treinadora Ana Paula Bindi explica que uma competição tradicional de esgrima possui duas fases. A fase de grupos, onde os atletas são divididos em grupos e se enfrentam em um combate de cinco toques ou três minutos. “No mata-mata, é montado um quadro baseado na classificação e é disputado combates de três minutos com um minuto de intervalo, ou 15 toques. Vence quem chegar a 15 primeiro, quem estiver com mais pontos quando acabar o tempo”.

Ana Paula esclarece que as regras são as mesmas para homens e mulheres e destaca que a prática do esporte traz benefícios ao praticante. “Costumamos dizer que a esgrima é um xadrez dinâmico, pois o nosso cérebro está em constante atividade, traçando estratégias para vencer o adversário. Existem infinitas táticas de combate, que devem ser adaptadas de acordo com seu adversário e suas estratégias”.

“Falando da parte física, vou pontuar algumas capacidades que são desenvolvidas. A primeira e a mais importante na minha opinião é a coordenação motora. Quem já possui, é um grande passo para iniciar a esgrima, e se não possui, com certeza vai adquirir com a prática do esporte. Além da melhora na velocidade de reação, agilidade, resistência muscular e muitas outras”, complementa.

Para os iniciantes na modalidade, a treinadora recomenda que devem ser bem trabalhados a coordenação dos fundamentos básicos antes de avançar para movimentos mais complexos. “Isso é fundamental para evitar vícios de movimentos errados que podem prejudicar de forma significativa em um combate. Subestimar os fundamentos básicos é um erro comum, infelizmente”.

Ela também recomenda que os pés devem estar na posição anteroposterior, ou seja, um pé na frente e outro atrás. “Essa posição permite ganhar equilíbrio nos movimentos e agilidade na troca de direção, então, devemos sempre estar atentos a essa distância e não juntá-los ao se deslocar”.

Armas

A esgrima possui três armas. A mais popular é a Espada, que é uma arma sem prioridade e a única que permite o toque duplo, que é quando os dois se tocam ao mesmo tempo, mas o objetivo da luta é tocar sozinho, como pontua Bindi. “O aparelho possui uma programação que bloqueia a luz do adversário se recebe o primeiro toque, para acender as duas luzes os toques, tem que ser realmente juntos, com uma diferença menor que 0,05 segundos. A área válida de toque é o corpo inteiro e o toque é feito com a ponta, em estocado”.

Já o Florete e o Sabre, possuem a prioridade, ou seja, os atletas disputam o direito ao toque, para poderem finalizar a ação, e certificar de que o toque seja válido para pontuar. No Florete, os toques são permitidos apenas no tronco, sem considerar cabeça, braços ou pernas, e devem ser feitos com a ponta em estocado. No Sabre, é permitido toques do osso do quadril para cima, incluindo, tronco, braços e cabeça, explica a treinadora.

“Porém, o Sabre tem uma particularidade interessante, porque é a única arma que é válido o toque com a lâmina, com movimento de corte. Qualquer parte da lâmina que encostar na área válida de seu adversário aciona a luz. Se o toque será válido ou não, depende da ação e do que o árbitro julgar”, conclui.