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Festival promove transformação em bairros periféricos de Belo Horizonte

Foto: Lucas Bois

Com o objetivo de celebrar a cultura, o esporte, a arte e, principalmente, promover a transformação de espaços em bairros periféricos do entorno do Ribeirão da Onça, em Belo Horizonte, o Festival da Onça será realizado entre os dias 3 e 10 de agosto nos bairros Novo Aarão Reis, Novo Tupi e Ribeiro de Abreu. “A festa aqui é uma bela desculpa para vivermos ainda mais intensamente o Ribeirão da Onça e abraçarmos a causa de valorizar e divulgar esse patrimônio coletivo de Belo Horizonte”, conta Paula Kimo, produtora do Festival da Onça.

O evento é realizado pela Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), por meio do projeto de extensão Megafone das Lutas e conta com uma semana de programação cultural: shows, intervenções artísticas, ações desportivas, de mobilidade urbana, atividades educacionais e feiras, com participação de moradores dos diversos bairros do entorno do Ribeirão da Onça e de outras regiões da cidade.

Desde 2017, a Escola de Arquitetura da UFMG realiza junto à comunidade da região do ribeirão mutirões de transformação de espaços degradados em áreas de lazer, e em 2024, pela primeira vez, será feito na forma de um festival. “Já realizamos mutirões em três bairros da região da bacia do Ribeirão da Onça: Ribeiro de Abreu, Jardim Felicidade e Novo Aarão Reis. Nesses locais, um esforço contínuo, com grande participação da comunidade, transformou espaços degradados em áreas de uso de qualidade, com parquinhos, campos de futebol, horta comunitária, pistas de caminhada e bicas públicas”, diz Letícia Ribeiro, coordenadora de Mobilização e Articulação.

Ainda segundo Letícia, o formato do festival conjuga as duas frentes de ação: os mutirões de transformação dos espaços e as atividades culturais que ocupam esses locais. “Com isso, pretendemos aumentar a visibilidade da região de Ribeirão da Onça, que necessita ser priorizada pelo poder público para receber as melhorias necessárias”.

“A população da região luta há décadas pela meta de voltar a nadar, pescar e brincar e, esse ano, três espaços serão trabalhados em pontos estratégicos da região. Cada transformação será conduzida por um coletivo de arquitetura: a Oficina Pele que ficará responsável pelo campinho do conjunto CBTU, a Equipe Tuná que focará na região da Areia Branca e o grupo Amarra que cuidará do Mirante da Cachoeira”, acrescenta.

Para a coordenadora, as periferias das cidades têm muitos espaços degradados e poucas áreas de lazer públicas. “Assim também é na região do Ribeirão da Onça, um dos maiores tesouros ambientais de BH. Os mutirões se iniciaram para transformar espaços abandonados em áreas públicas de lazer. Isso é feito com participação da comunidade, fortalecendo um engajamento do cidadão pela transformação da área”.

“A região possui um ribeirão bonito que corre em leito de pedras, onde está a maior cachoeira em capitais do Brasil. Há o projeto de que isso se torne um parque com 6 km de área. Trata-se de um potencial turístico, ambiental, cultural e de lazer muito grande, mas que necessita de um grande esforço da sociedade, e do poder público, para tornar realidade”, afirma Letícia.

Ela explica que as ações têm fortalecido movimentos populares já existentes no bairro e transformado espaços, que passam a ser usufruídos pela população. “Nesse sentido, contribuem tanto para a maior capacidade de incidência da sociedade local, quanto para a melhoria da qualidade de vida de toda a população da região. Além disso, os espaços transformados já vêm se tornando centros de expressão cultural dos bairros”.