Os motoristas de aplicativo, durante o período em que estão trabalhando, correm o risco de serem assaltados, além de estarem sujeitos à discriminação, violência física e verbal. Nos últimos dias, um caso de agressão em Contagem e outro em que um homem foi encontrado morto em Esmeraldas, acenderam o alerta em relação à falta de segurança aos profissionais de apps em Belo Horizonte e Região Metropolitana.

Segundo o diretor de comunicação do Sindicato dos Condutores de Veículos que Utilizam Aplicativos do Estado de Minas Gerais (Sicovapp-MG), Matheus Rocha, as atuais medidas tomadas pelos aplicativos são insuficientes. “Um dos apps possui um botão de pânico, enquanto o outro nos envia uma mensagem caso fique muito tempo parado durante a corrida. Isso é extremamente paliativo, porque como o motorista vai pegar o celular para acionar um botão ou responder uma mensagem se ele pode estar rendido e o aparelho na mão do bandido? Entendemos que uma forma efetiva para garantir a segurança não só do motorista quanto do passageiro, seria um monitoramento em tempo real das corridas, com rastreamento do veículo e do telefone celular, a partir de uma central com equipes 24 horas”.

Rocha alega que falta uma maior assistência por parte dos aplicativos. “Ela é zero. Apenas divulgam uma nota protocolar pedindo desculpas pelo ocorrido. É uma irresponsabilidade total das plataformas não assumirem a sua parte no caso de uma agressão. Ela tem que prestar assistência jurídica, psicológica e até financeira, dependendo do tamanho do prejuízo”.

O diretor do Sicovapp finaliza apontando que outras medidas devem ser tomadas pelos aplicativos. “Tem que fazer um cadastro muito mais completo e verificado. Porque as contas fakes existem, tanto para motoristas quanto para passageiros. Usuários bloqueados compram uma conta para continuar usando o app. O condutor que foi banido, excluído ou bloqueado também consegue o mesmo processo para permanecer na plataforma”.