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Consumo nos lares brasileiros acumula alta de 2,33% até maio

Houve recuo de -0,95% na comparação com abril – Freepik.com

Conforme monitoramento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), de janeiro a maio deste ano, o consumo nos lares brasileiros acumulou alta de 2,33%. Na comparação entre abril e maio, houve recuo de -0,95%, influenciado pela sazonalidade da Páscoa. Já entre maio do ano passado e o mesmo mês de 2023, o consumo registrou alta de 7,25%.

Segundo a instituição, a desaceleração da inflação sobre os alimentos, os reajustes salariais e os recursos injetados na economia contribuíram para a manutenção do indicador. “É um período marcado por ampliação dos programas de transferência de renda que, somado aos pontos já citados anteriormente, tornou o consumo nos lares mais consistente até maio”, analisa o vice-presidente da Abras, Marcio Milan.

Já o economista Ricardo Paixão destaca outro ponto que influenciou esse crescimento. “Além do aumento do salário mínimo e da inflação desacelerando, a redução no preço dos combustíveis causou um impacto significativo. No ano passado, o litro da gasolina chegou à inimaginável cifra de quase R$ 10, afetando no valor dos produtos transportados por conta do frete. Essa ligeira queda fez com que o preço final dos itens não tivesse resultado relevante, provocando uma alta desenfreada”.

Para 2023, a entidade projeta, inicialmente, um crescimento de 2,5% do consumo nos lares brasileiros. O economista também acredita que a tendência é que o indicador tenha uma trajetória de alta. “Porém, aproximadamente no início de novembro, começam os preparativos para as festas de fim de ano e possivelmente haverá uma elevação nos preços devido à sazonalidade. Se os valores dos combustíveis e da inflação voltarem a disparar, poderá reverter o quadro de elevação do índice”.

Cesta de largo consumo recua -0,14%

A AbrasMercado, cesta de 35 produtos de largo consumo composta de alimentos, bebidas, produtos de limpeza e itens de higiene e beleza, registrou queda de -0,14% em maio. Com essa variação, o preço na média nacional recuou de R$ 751,29 em abril, para R$ 750,22 em maio. No acumulado dos últimos 12 meses, a cesta nacional teve recuo de -2,04%.

Os valores da carne bovina são destaques na queda de preços no período de janeiro a maio: corte traseiro (-5,84%) e dianteiro (-4,64%). Em 12 meses, os recuos acumulados dos cortes são: traseiro (-12,21%) e dianteiro (-11,76%). Ainda na cesta de proteínas, há um declínio no acumulado do ano do frango congelado (-4,57%) e variação (-1,80%) em maio. Já o custo do pernil registrou queda de -0,34%.

Cesta de alimentos básicos varia -0,14%

No recorte da cesta de alimentos básicos com 12 produtos houve variação de -0,14% entre abril e maio. O preço médio caiu de R$ 322,46 para R$ 322. As principais quedas vieram de óleo de soja (-7,11%), carne bovina – corte dianteiro (-0,93%), café torrado e moído (-0,70%), farinha de trigo (-0,37%), massa sêmola de espaguete (-0,15%) e feijão (-0,03%). As altas foram registradas na cesta de lácteos: leite (+2,37%) e queijos muçarela (+1,14%).

Região Sul é a única em alta

Na análise regional do desempenho das cestas, a única alta registrada foi na região Sul (+0,28%), atualmente custando R$ 847,43. Paixão explica que, chegando na metade do ano, o Sul se destaca com a queda das temperaturas. “Isso afeta diretamente a parte agrícola. Algumas produções têm uma redução e precisam trazer produtos de outros estados, o que acaba gerando uma elevação dos preços por conta do frete”.

Nas demais localidades, os recuos nos valores foram de: Norte (-0,43%), Centro-Oeste (-0,29%), Nordeste (-0,06%), enquanto que no Sudeste (-0,10%), a cesta custava R$ 755,32 em abril e passou a custar R$ 754,56.