O inverno está deixando os lojistas de todo o estado animados para a temporada que vai de maio a agosto. Para 43% dos entrevistados, as vendas deste ano serão melhores do que as do ano passado e para 31,6% serão iguais às de 2022. Essa expectativa é mostrada em pesquisa realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG).
Ainda segundo o estudo, um percentual menor de 18,8% considera que vai vender menos no período e 6,6% não souberam responder. O inverno mais rigoroso, consumidor com mais apetite para as compras e o fim da pandemia são as principais explicações dadas para justificar o otimismo dos empresários.
Todas as regiões do estado devem ter resultado positivo nas vendas. Em Belo Horizonte, a expectativa é de impacto positivo nas vendas de 66,7%, superada por 68,4% da Zona da Mata e 73,7% do Alto Paranaíba. A região Centro-Oeste é a que apresenta a maior expectativa, com 84,2% dos comerciantes apostando na elevação das vendas.
A aposta no bom desempenho das vendas também é vista na disposição dos empresários do comércio de fazer estoques. Quando a pesquisa foi realizada, em maio, 85,5% das empresas já estavam preparadas, com todas as encomendas para o período recebidas. Na percepção de 63,7% das companhias impactadas, os preços praticados pelos fornecedores estão mais altos este ano.
“Apesar dos desafios causados pela inflação no início do ano, que afetaram diretamente os estoques dos varejistas de moda de inverno, a maioria dos empresários já se preparou e possui estoques prontos para a estação. Essa antecipação nas compras não apenas melhora o planejamento financeiro dos lojistas, mas também permite oferecer produtos com preços mais baixos aos consumidores”, explica o economista-chefe da Fecomércio MG, Stefan D’Amato.
Estratégias de venda
A pesquisa da Fecomércio MG também mostrou que os comerciantes pretendem estimular o consumo no período de frio com muitas ações para atrair os clientes. Assim, 31,6% das empresas positivamente impactadas pela temporada de frio pretendem investir em ações de propaganda e divulgação, enquanto 21,4% delas vão apostar em promoções e liquidações.
Com relação às vendas on-line, D’Amato aponta o WhatsApp e o Instagram como as principais ferramentas utilizadas. “Essas plataformas são particularmente importantes para impulsionar as vendas, especialmente para as empresas de menor porte, devido à facilidade de uso pelos vendedores, à ampla popularidade dos aplicativos de mensagens e aos custos mínimos envolvidos, que não prejudicam o planejamento financeiro das empresas”.
Tíquete médio
Um percentual de 48,8% das empresas indica que o gasto médio por consumidor deverá variar entre R$ 100 e R$ 300. Para 30,9% das empresas com boas expectativas, o impacto percentual médio aguardado é de aumento de 10,1% a 25% do volume de vendas. A maior saída para esse volume de estoques é calculada para junho, previsto para ser o mês de maior movimento, conforme 73% das empresas beneficiadas no período de frio.
Desafios
D’Amato explica que as empresas de vestuário em Minas Gerais podem enfrentar dificuldades, como a ausência de frio ou a falta de queda significativa de temperatura. “Isso pode impactar negativamente seus retornos financeiros, especialmente quando envolve produtos de maior valor agregado. Além disso, alguns estabelecimentos podem ter problemas para suprir a demanda por peças apropriadas para o inverno, uma vez que a variedade disponível em suas lojas não atende às necessidades dos consumidores durante essa estação do ano”.
De acordo com o economista, outro desafio a ser enfrentado pelo empresário é a situação financeira do comprador. “A falta de dinheiro e a cautela devido à alta taxa de juros têm influência no aumento da dívida e na inadimplência dos consumidores. Isso afeta particularmente os setores que atendem a esta estação do ano, pois as mercadorias mais caras são adquiridas por meio de parcelamento no cartão de crédito”, finaliza.