Não precisa ser especialista em números para saber que a retomada do cenário econômico, no período pós-pandemia da COVID-19, seria lenta, gradual e com possíveis oscilações. Isso porque, diante da ruína dos negócios, cujas atividades ficaram praticamente paralisadas durante dois anos, muitas empresas e empresários ficaram em extrema dificuldade. Agora, resta redefinir os novos rumos, afinal, a roda dos negócios não pode parar, pois é ela que proporciona riqueza e renda, além de gerar emprego para a população.
Em Minas Gerais, o ambiente é de estabilidade, mas há indícios de melhora no horizonte dos empresários. Segundo análise recente do presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva, o estado registrou abertura de 110 mil pequenos negócios nos primeiros três meses de 2023. É o maior registro para um trimestre desde o princípio de 2019. Constata-se o incremento do setor de serviços, respondendo por 60 mil novos negócios no período, equivalente a 54,2% das formalizações. Na comparação com a mesma época do ano passado, o aumento foi da ordem de 6,38%.
Segundo dados da Receita Federal/Ministério da Fazenda, as atividades com maior número de abertura de pequenos negócios, nos primeiros meses deste ano, foram promoção de vendas (5.449), comércio varejista de artigos vestuários e acessórios (5.2207), e cabeleireiros e manicures e pedicures (4.139).
Marcelo de Souza e Silva faz referência ao conturbado ambiente econômico, como um dos fatores que impedem o pleno desenvolvimento dos negócios. Ele lembra que com uma conjuntura de juros altos, inflação persistente e escassez de disponibilização de créditos, o empreendedor perde a confiança de investir no ramo do comércio, ou até mesmo de seguir com a empresa em atividade.
Este é o cenário mineiro, mas com certeza reflete os números da economia nacional. Tudo agora depende da política estratégica do novo governo, embora, por enquanto, a esfera federal não tenha apresentado projetos, mesmo sabendo da urgência de reverter esse negativismo, uma vontade de todos e uma necessidade nacional.
Imploremos por ares mais proativos no próximo semestre, embalando assim os empreendedores no caminho de um norte mais seguro e de resultados factíveis.