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Victor Brecheret ganha mostra inédita em BH

A maquete do Monumento às Bandeiras marca o início de Brecheret na temática indígena / Foto: Divulgação

O público poderá visitar até o dia 25 de junho no Museu Inimá de Paula (Rua da Bahia, 1201 – Centro de Belo Horizonte), a exposição “Brecheret Modernista – A Imagem Indígena como Símbolo de Brasilidade”, do autor Victor Brecheret. A entrada é gratuita.

O escultor nasceu na Itália, em 1894, e veio para o Brasil com a sua família, quando tinha 10 anos. Brecheret foi um dos primeiros artistas a compreender os temas e lendas indígenas. Ao todo, a exposição conta com 57 peças, divididas entre desenhos, esculturas e fotografias que fazem alusão à mitologia e ao universo dos índios e se transformou em um ícone do modernismo brasileiro. Outra obra famosa de Victor Brecheret é a chamada “Monumento às Bandeiras”, localizada no Parque do Ibirapuera, em São Paulo.

A maquete do Monumento às Bandeiras marca o início de Brecheret na temática indígena, quando ele decidiu incluir grupos de indígenas e mamelucos. Após uma temporada no exterior, o escultor retornou para o Brasil em 1936. É nesse período que passou a realizar pesquisas mais aprofundadas sobre grupos originários do Brasil Central e da Amazônia, com o intuito de adentrar no universo de costumes, lendas e interações daquelas sociedades com a natureza.

A curadora da exposição, Maria Izabel Branco Ribeiro, explica o que era o movimento que Victor Brecheret fazia parte. “O projeto modernista tinha como foco produzir obras culturais e literaturas condizentes com o momento vivido e que espelhasse o Brasil em sua população e natureza. A intenção deles era fazer uma arte livre de restrições e padrões importados e que não sofresse de imposições da academia”, observa.

Dentre as peças que estão no local, destacam-se as esculturas “Drama Marajoara”, “Onça” e o bico de pena sobre papel “Estudo para Indígena”, que confirmam a preocupação do escultor com a herança nativa do Brasil.

Para a curadora, exatamente por ter ajudado a dar cara à arte brasileira é que a obra do escultor continua tão relevante. “Brecheret é uma referência não só na arte feita no Brasil durante a primeira metade do século XX, mas também nos dias atuais. O fato de ter tido peças premiadas na 1ª Bienal de São Paulo, em 1951, é significativo do reconhecimento de um artista consagrado e aberto a novas possibilidades. Suas esculturas demonstram grande potência plástica e sensibilidade, permitindo uma riqueza de leituras e experiências. Tudo isso faz dele um artista atemporal”, lembra.

Além das obras de Brecheret, a exposição contará com peças de outros autores, formando um painel que permitirá ao visitante conhecer a trajetória do ítalo-brasileiro em diferentes épocas e cenários, ressaltando seu viés modernista, sempre integrado às vanguardas.

Para a vice-presidente do Instituto Brecheret, Maria Aparecida Brecheret, a mostra é muito importante para mostrar mais uma faceta do artista. “Ela apresenta a visão final das obras indígenas de Brecheret, assim como mostra uma introdução de sua fase na Europa, de onde ele trouxe duas esculturas de Roma”.

Horários de funcionamento

Terça, quarta, sexta e sábado: 10h às 18:30h

Quinta: 12h às 20:30

Domingos e feriados: 10h às 16:30h