No dia 25 de novembro, durante a abertura da Feira do Empreendedor 2022, o Sebrae Minas promoveu uma coletiva de imprensa para divulgar dados inéditos da Pesquisa de Mortalidade das Micro e Pequenas Empresas (MPEs) em Minas Gerais. De acordo o estudo, uma em cada quatro MPEs encerrou suas atividades com até 5 anos de atuação no mercado.
O levantamento, feito com base nas informações da Receita Federal de empresas formalizadas no estado, que faturam entre R$ 360 mil e R$ 4,8 milhões por ano, analisou as companhias criadas a partir de 2017 e que fecharam até 2021. De acordo com os dados, 24,5% das MPEs mineiras abertas em 2017 encerraram suas atividades nos primeiros 5 anos de existência. Esse resultado mostra que das 55.319 empresas abertas em 2017, 13.583 fecharam as portas até 2021.
A pesquisa apontou ainda que os comércios varejistas de vestuário e produtos alimentícios foram as atividades que tiveram o maior indicador de fechamento de MPEs no estado, sendo 33,7% e 33%, respectivamente. “Por isso, o Sebrae Minas tem desenvolvido iniciativas de apoio ao fortalecimento de pequenos negócios do comércio, varejo de moda e alimentação, como os programas Varejo Mais, Integra Moda e Prepara Gastronomia e, em 2023, vamos ampliar ainda mais esse atendimento”, diz o superintendente do Sebrae Minas, Afonso Maria Rocha.
Outros oito segmentos também ficaram no ranking com as maiores probabilidades de baixas de empresas. São eles: serviços de engenharia (30,8%), bares e restaurantes (30%), serviços combinados de escritório e apoio administrativo (29,9%), atividades de condicionamento físico (29,9%), comércio varejista de carnes e pescados (29,5%), padarias (29,1%), cabeleireiro e tratamento de beleza (28,8%) e atividades científicas e técnicas (28,5%).
O gerente de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas, Felipe Brandão, explica que a mortalidade de corporações precisa ser acompanhada não só pelos governos, mas também por todos que atuam no empreendedorismo. “Hoje, em Minas Gerais, a gente tem cerca de 3 milhões de pequenos negócios, praticamente 900 mil são micro e pequenas empresas”.
Ele acrescenta que no Brasil não há sistemas, informações e estatísticas suficientes para acompanhar esse movimento. “Com isso, o Sebrae Minas dá um passo inovador nesse sentido, buscando não só mensurar o tamanho dessa mortalidade, mas tentando entender suas causas. Temos o conhecimento dos fatores que levam a isso, no entanto, a partir do momento que conseguimos sistematizá-la, diversos atores do empreendedorismo podem mudar essa realidade”, acredita.
Rocha revela que o Sebrae Minas firmou um contrato com a Universidade Federal de Viçosa (UFV). “Essa parceria vai permitir fazer todo o trabalho para identificar as razões dessa mortalidade por setor e município. Os motivos serão o objetivo da futura pesquisa”.
A feira
A Feira do Empreendedor é um dos maiores e mais importantes eventos de empreendedorismo do país. Esse ano, ela acontece em Belo Horizonte, no Expominas. Com 30 anos de existência, o evento bianual realizou sua 9ª edição entre os dias 25 a 27 de novembro, com o objetivo de desenvolver habilidades em gestão, acesso a capacitação empresarial e às informações técnicas que promovam a competitividade e sustentabilidade das empresas e negócios em potencial.
O superintendente do Sebrae Minas afirma que essa é uma oportunidade para quem busca informações sobre gestão, melhoria de processos gerenciais, mudanças de hábitos do consumidor, novas tecnologias e soluções para tornar os pequenos negócios mais competitivos. “É também um espaço para troca de conhecimentos e experiências, além de ser um ambiente propício para identificar novos clientes, fornecedores, parceiros comerciais e ter boas ideias”.
As mais de 450 atividades da programação incluem palestras e oficinas sobre gestão, marketing digital, finanças, startups, inovação, economia e negócios sociais, atendimento ao cliente, compras públicas, perfil empreendedor, Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), Empresa Simples de Crédito (ESC), exportação, liderança, vendas, Recursos Humanos (RH), franquias, redes sociais, empreendedorismo feminino e Microempreendedor Individual (MEI).