Enquanto não ocorre o momento da posse do novo governo federal, os grandes partidos, especialmente os de oposição, seguem em evidência. Este é o caso do Partido Liberal (PL), sigla do atual presidente Jair Bolsonaro.
Aqui, em Minas, o presidente regional do PL, José Santana de Vasconcelos, não tem um minuto de sossego. A todo instante, ele é procurado por políticos de diversas regiões do estado com o objetivo de promover filiação de novos nomes ou já planejar possíveis candidaturas em 2024, tanto para vereador como para prefeito.
Provavelmente, isso tem acontecido porque para quem quiser ser candidato daqui a 2 anos precisa estar filiado a qualquer partido até novembro de 2023.
Ao analisar essa postura de políticos em relação às eleições nas cidades mineiras, o engenheiro e ex-assessor político Joaquim Duarte, informa que o pleito majoritário tem um perfil completamente diferente nas eleições das bases. Para ele, no caso de prefeituras, o eleitor vota no candidato, sem qualquer vinculação aos nomes dos partidos que eles representam.
Além disso, sabe-se que os dirigentes dos maiores partidos já estão de olho nos desdobramentos daqui em diante. Nos bastidores da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), circulam informações indicando que o PT quer ampliar suas bases quando chegar o próximo pleito, buscando conquistar outros municípios importantes. Atualmente, a sigla já comanda cidades significativas, como Contagem, Juiz de Fora e Teófilo Otoni. Ainda, segundo fontes, o PT deseja retornar ao comando da Prefeitura de Belo Horizonte, embora, no momento, não tenha nenhum nome competitivo.
Contudo, existem outras siglas com projetos definidos para caminhar em direção às municipalidades. O Partido Progressistas (PP), por exemplo, já pensa em uma estratégia para continuar no comando de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, onde o prefeito Odelmo Leão, reeleito para o posto, é um dos filiados ilustres, além de um excelente puxador de votos, pois consta em seu currículo nunca ter perdido uma única eleição.
Por seu turno, o deputado federal Luis Tibé, presidente nacional do Avante, já aposta no crescimento de seu grupo político num momento oportuno. O mesmo está sendo pensado pelos administradores do MDB, PSDB e PSD.
Surpresa
Em Minas Gerais, um dos políticos que mais criticou o então candidato petista Lula foi o deputado federal Newton Cardoso Jr. (MDB). Aliás, não só ele, mas também os seus familiares, especialmente a sua mãe, Maria Lucia Cardoso (MDB), prefeita de Pitangui, e o seu pai, o ex-governador Newton Cardoso.
Por conta dessa realidade, houve uma reação negativa de políticos mineiros quando o nome do parlamentar foi indicado para a Comissão Política, que faz parte da equipe de transição do governo eleito, em Brasília.
Mas, na capital federal, várias vezes, ouve-se a frase: “Agora é o momento de olhar para frente. O governo a ser instalado não tem que ficar revivendo cenas pelo retrovisor do carro”. E de olho no futuro e pensando que a próxima administração vai precisar de votos, no Congresso, foi celebrado o acordo com o MDB nacional. Embora o assunto seja sério, afinal, está em jogo a governabilidade do país, o cenário serviu de inspiração para uma antiga citação: “O voto tem o mesmo valor e em qualquer circunstância”.