De uma década para cá, a população brasileira tem acolhido bem a campanha Outubro Rosa, com a finalidade de disseminar informações sobre o câncer de mama, cuja incidência, segundo as autoridades públicas, chega a uma média de 52 mil casos por ano. E, com isso, surge um desafio intenso: conter o avanço dessa doença que além de ceifar vidas, traz uma enorme angústia às pacientes, especialmente na faixa acima dos 50 anos.
Para minimizar a realidade, na qual uma em cada três brasileiras são acometidas pela doença, nada melhor do que informação e acompanhamento. Assim, a campanha é uma maneira de contribuir para expor a importância de cuidar da saúde feminina. O objetivo é detectar a patologia ainda em seu processo inicial. Até porque, segundo a cartilha do Ministério da Saúde, nesses casos as chances de cura são de 95%.
“Quando uma mulher é diagnosticada com o problema é essencial o apoio de familiares”. Essa é a recomendação da presidente da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama), Maira Caleffi. Afinal, conforme relatório divulgado pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), essa é a causa de maior número de mortes das mulheres no país, seguido pelo câncer de colo de útero.
Maira informa ainda que uma média de 10% dos casos atuais são de origem genética, sendo a idade um dos principais fatores de risco. “É relativamente raro antes dos 35 anos, mas, acima desta faixa etária, a incidência cresce rápida e progressivamente. Assim, a realização dos exames de rotina aliados à mamografia são instrumentos fundamentais no controle da doença”.
A psicóloga e especialista em saúde mental, Luciene Bandeira, explica que, normalmente, o diagnóstico é encarado pela paciente como um momento de muito sofrimento. “Os sentimentos mais comuns são raiva, tristeza, inquietação, ansiedade e angústia, pois a mama está sempre relacionada à feminilidade e à maternidade. Deste modo, aceitar tudo isso e se adaptar serão sempre grandes desafios”.
De acordo com ela, existem casos de decisão ao isolamento, evitando-se a ter relações sexuais com o parceiro (a), porque essa mulher acaba acreditando que não é mais atraente. “O preconceito da sociedade em relação ao câncer de mama faz com que muitas mantenham segredo sobre a doença. Uma boa rede de apoio social é um fator de proteção e recuperação da saúde. Esse suporte promove efeitos sobre o sistema imunológico, fortalece a autoconfiança e aumenta a capacidade delas enfrentarem situações adversas”, detalha.
Essa é uma doença que segue sendo um enorme desafio para a ciência, afinal, apesar de avanços, até agora nenhuma pesquisa foi capaz de evitar que mulheres de todo o mundo sofram com o câncer de mama. E todo esse cenário acaba reforçando a importância do Outubro Rosa, movimento que merece o apoio de todos, pois visa salvar vidas. Aliás, a vida de quem nos deu a vida.