Recentemente, durante encontro com líderes empresariais, o governador Romeu Zema (Novo) ouviu que para não ter problema no projeto de reeleição ao governo de Minas, deveria fazer alianças partidárias fortes, diante da possibilidade do crescimento de seu adversário principal: o ex-prefeito de BH, Alexandre Kalil (PSD).
No entanto, as indefinições relacionadas aos planos de Zema para a peleja têm algumas explicações: apenas ele estaria sacramentado para disputar o governo, o mesmo ainda não aconteceu com seu companheiro de chapa e isso também se estende a uma definição de nome para um postulante ao Senado.
Fontes ouvidas por nossa reportagem asseguram que, no momento, há uma forte pressão emanada nos bastidores do próprio Partido Novo em Minas para garantir uma chapa “puro sangue”, com Zema e seu vice da mesma sigla. Inclusive, isso contraria os primeiros diálogos do próprio governador com o objetivo de ampliar a sua base de apoio.
O imbróglio neste desenho da candidatura oficial está emperrado também quando o assunto é a fixação do escolhido do grupo para pleitear uma vaga na Câmara Alta. Uma coisa parece certa, o deputado Marcelo Aro (PP) não seria o indicado.
Kalil e Patrus
Nos bastidores da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) calcula-se que dos 77 deputados estaduais, aproximadamente 50 deles tendem a apoiar a campanha de Kalil. O trabalho de convencimento tem ficado basicamente a cargo do presidente da Casa, Agostinho Patrus (PV).
Agora, após a consolidação da aliança do ex-prefeito de BH com o ex-presidente Lula (PT) resta esperar apenas detalhes pela complementação da chapa. Afinal, o senador Alexandre Silveira, presidente do PSD estadual, já está consagrado como candidato à reeleição. Ele, aliás, tem protagonizado encontros tanto na capital como nas regiões mais distantes do estado, prometendo se deslocar ainda mais quando a lei permitir fazer campanha aberta.
No momento, Silveira está com uma grande estrutura de trabalho, saindo a campo para tentar conquistar os votos dos mineiros e se propondo a defender os interesses desses eleitores no Senado. No campo oposto ao grupo de Kalil/Silveira ainda existe muito bate-cabeça. O Palácio do Planalto deixa claro a intenção de bancar a candidatura do deputado Marcelo Álvaro Antônio (PL) ao Senado, mais isso esbarra nas conversas entre a assessoria política do presidente Jair Bolsonaro (PL) com o grupo de Zema. E, para facilitar entendimentos mais amplos, o resultado da eleição pode ser aplacado a partir da possível retirada da candidatura ao Palácio Tiradentes do senador de Carlos Viana (PL).
300 mil votos
Este início de junho vai ser fundamental para os acertos de candidaturas aos diferentes postos em Minas Gerais. Esse é o caso, por exemplo, do deputado federal André Janones.
Filiado ao partido Avante, o político é candidato a presidente da República, mas, em Brasília e em BH, é tido como certo o seu afastamento para voltar a disputar uma vaga na Câmara Federal. Segundo levantamento interno da sigla, Janones tem o potencial de conquistar algo em torno de 300 mil votos, se for candidato ao Congresso Nacional. E, naturalmente, isso interessa muito ao seu grupo, pois teria possibilidade de eleger uma bancada mais robusta em 2022.