De maneira incontestável, a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em aprovar o uso emergencial do medicamento Evusheld, usado para diminuir os efeitos da COVID-19, é uma notícia que precisa ser comemorada.
Segundo os primeiros estudos, o novo remédio terá efeito prático em pacientes com a imunidade comprometida – aqueles em tratamento de câncer ou que receberam transplantes, por exemplo – ou com contraindicação às vacinas disponíveis. O Evusheld pode também ser fornecido de forma profilática aos portadores de infecção por HIV, em casos avançados ou ainda não tratados de maneira eficaz.
Já com o seu uso devidamente autorizado em outros países, o Evusheld (também chamado de AZD7442), produzido pela farmacêutica AstraZeneca Brasil, deverá ser ministrado em pacientes a partir dos 12 anos, com pelo menos 40 kg e que, preferencialmente, não tenha tido contato com o vírus.
De acordo com as autoridades, o remédio é composto de dois frascos e contém as substâncias cilgavimabe e tixagevimabe, por isso seu uso se dará por via injetável e, em princípio, dose única. Os cientistas responsáveis pelo medicamento disseram ainda que, como qualquer remédio, existe a possibilidade de eventos adversos leves, como dor de cabeça, fadiga e tosse. Nada além desses sintomas foi notado durante os estudos clínicos.
Com a responsabilidade que lhe cabe, a Anvisa vai monitorar todo o processo com a finalidade de observar os desdobramentos do uso do Evusheld na população brasileira. E caso se constate algum tipo de alteração, o órgão deverá solicitar uma nova reavaliação, pois o objetivo é saber sobre a eficácia em barrar a variação do vírus no futuro.
Enfim, depois de 2 anos do surgimento da pandemia mundial, a comunidade científica internacional começa a traçar caminhos capazes de deter esse “inimigo” do corpo humano. Espera-se que essa seja apenas mais uma empreitada de sucesso no sentido de extinguir a COVID-19.