“Oxigenação” é a principal palavra escolhida por Carla Silene (foto) quando perguntada sobre do que a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção do Estado de Minas Gerais (OAB-MG) precisa na próxima eleição para a presidência da entidade. O pleito está marcado para o dia 27 de novembro, por isso, o Edição do Brasil conversou com a advogada e professora que lidera o movimento “Nossa OAB” a respeito de suas principais motivações para estar à frente da instituição.
Como surgiu a decisão pela candidatura à presidência da OAB-MG?
Desde a época da faculdade, os nomes que hoje se apresentam como candidatos são os mesmos, o que provavelmente resultaria em uma estagnação da instituição. A gente entende que para progredir e evoluir é necessário que novas ideias surjam. Essa é a principal razão pela qual me apresento como candidata. A reiterada repetição de grupos, nomes e sobrenomes à frente da gestão tem impedido a oxigenação, o empenho na defesa da advocacia e o resgate do brilho nos olhos dos advogados em Minas Gerais, o que vai ser especialmente importante após esse período sofrido devido à pandemia. Os pilares do movimento “Nossa OAB” são a transparência, a união, a representatividade, a inclusão e a atitude.
Em relação à representatividade da mulher, qual o histórico da OAB-MG e qual importância de um nome feminino renovar este posto?
Não é possível deixar de lado um fato histórico: a OAB-MG nunca teve sequer uma candidata mulher à presidência. Neste cenário, pelo tempo na advocacia, qualificação e por toda trajetória de defesa dos direitos, percebi que era hora de me apresentar como uma pessoa apta para estar à frente da entidade. A “Nossa OAB” propõe uma renovação, uma mudança real, que represente todos os advogados de fato e não um pequeno grupo como, infelizmente, tem acontecido nos últimos anos.
O que é necessário para que haja uma maior celeridade da Justiça em Minas e o cidadão possa ser atendido?
O problema da celeridade da Justiça passa por uma série de questões. Temos a notícia de que houve uma ruptura de diálogo entre a OAB-MG com os tribunais, especialmente, com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Isso torna difícil pensar em uma forma de reduzir o prazo para que os processos sejam solucionados. Resgatar este bom diálogo com as demais instituições é um fator fundamental para a questão da agilidade.
Recentemente, o Senado aprovou a criação do Tribunal Regional Federal da 6ª Região de Minas, qual a importância desse avanço?
É uma vitória para Minas Gerais e para os mineiros porque, por vezes, nossas ações demoravam demais a tramitar por estarmos agregados ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), que é extremamente abrangente com um enorme número de demandas. A luta pela instalação do TRF 6 é uma demanda antiga que vai contribuir para tornar mais célere o julgamento dos processos.