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Empresários que aderiram ao Pix tiveram menor perda de faturamento

77% dos pequenos negócios já utilizam a opção | Foto: Divulgação/Agência Brasil

O Pix completou um ano de criação e já faz parte do cotidiano da população. Conseguir realizar uma transferência bancária imediata e acessível – quase sempre gratuita para pessoa física e microempreendedores individuais (MEIs), mas não para Pessoa Jurídica (PJ) – agradou o consumidor brasileiro e grande parte dos empreendedores.

De acordo com a nova edição da “Pesquisa de Impacto da Pandemia do Coronavírus nos Pequenos Negócios”, realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), 77% dos pequenos negócios já utilizam esse meio de pagamento. E, aqueles que se adaptaram, colheram os frutos. Segundo o levantamento, empresas que o adotaram tiveram uma queda de faturamento menor (33% de perda) do que os que ainda resistem ao novo sistema (queda de 44%).

“O Pix para as empresas pode ser utilizado para redução de custos financeiros, podendo, conforme a estratégia do empreendimento, diminuir a necessidade de máquinas de cartão de crédito. Além disso, o Banco Central (BC), pensando na competitividade, estimulou a adesão de instituições financeiras, fintechs e cooperativas, possibilitando, assim, a oferta de isenção de taxas aos clientes PJ. Logo, é importante que o empreendedor pesquise quais instituições oferecem essas condições”, cita o analista do Sebrae Minas, Igor Martins.

Ainda sobre os benefícios, Martins destaca a redução da necessidade de caixa da empresa. “Como o recurso fica disponível em segundos, isso aumenta a velocidade do checkout e melhora a experiência do cliente no momento da compra. Para o consumidor, o principal benefício é a praticidade, pois não precisa mais estar com dinheiro físico, cartões ou arcar com custos de TED ou DOC”, afirma.

Segundo a publicação, a região Norte é a que tem a maior quantidade de adeptos desse tipo de pagamento (83%), seguida pela Centro-Oeste (82%), Nordeste (81%), Sul (78%) e Sudeste (74%).

Em relação aos setores da economia que mais aderiram à opção de pagamento, o comércio se destaca com 86% de aceitação, seguido pela indústria (73%), serviços (72%), agropecuária (69%) e construção civil (65%). Já no segmento de atividades, despontam os negócios de pet shops e serviços veterinários, um dos menos atingidos pela pandemia, com 93%. Entre os empreendedores dos serviços de saúde e alimentação, 88% aceitam a forma de recebimento, seguidos pelos de beleza (87%) e academias (86%) – os três últimos estão entre os mais afetados pela crise.

O contador e proprietário de uma empresa de gestão empresarial, Robson Evangelista, 38, engloba o universo dos beneficiados pelo meio de pagamento. “Começamos a expandir nossas atividades e o boleto era a forma até então utilizada, mas demorava até 5 dias para ser compensado. O Pix ajudou muito a equilibrar o caixa e facilitar os pagamentos à distância, já que atendemos clientes de várias cidades e, às vezes, especialmente na pandemia, nem os conhecemos pessoalmente, mas como eles efetuam o pagamento na hora, posso realizar o serviço imediatamente, sem a preocupação com comprovantes de depósito ou compensação de boletos e transferências”, conta.

Em relação aos pontos negativos, o empresário cita as possíveis instabilidades do sistema. “Como em todas as formas de pagamento, ele apresenta problemas como ficar fora do ar e gerar atrasos no recebimento, mas acredito que os benefícios são maiores. Pensando em alguns clientes e MEIs, como ambulantes e vendedores de alimentos, durante a noite é mais seguro, menos burocrático e sem descontos, diferente da utilização de máquinas de cartão. Acredito que o Pix veio para ajudar a economia e, principalmente, às micro e pequenas empresas que representam 30% de tudo que é produzido no país e responsáveis por 55% dos empregos gerados no Brasil”, ressalta Evangelista citando os dados da Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia (Sepec/ME).

E as novidades não vão parar, o BC já anunciou uma diversidade de novas opções para as transações bancárias no sistema brasileiro. Com isso em mente, o especialista do Sebrae Minas reforça a importância da adaptação. “A experiência e a usabilidade do Pix para os clientes, que representam cerca de 96% das chaves cadastradas, devem ser aproveitadas pelos empreendedores. As novas funcionalidades têm a proposta de transformar o ecossistema de arranjo de pagamentos. Empresários devem ficar atentos para poder aproveitá-las em seus negócios, conforme o setor de atuação e a sua estratégia, pois, dependendo do empreendimento, isso pode gerar redução de custos, agilidade em processos e melhoria na experiência do cliente, algo muito importante hoje em dia em um mercado cada vez mais competitivo”, aconselha Martins.