Por intermédio de sua assessoria, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), confirmou, com exclusividade à nossa reportagem, que, efetivamente, aceitou participar da disputa ao governo de Minas no pleito do ano que vem.
Agora, já em ritmo de pré-campanha, a decisão foi tomada por Kalil, tendo em vista alguns fatores. Um deles, certamente, tem como objetivo desfazer uma onda de boatos indicando que, por estar no comando do maior município do estado, não iria deixar o posto para enfrentar as urnas e duelar com o atual governador Romeu Zema (Novo), que já declarou sua busca pela reeleição.
Com seu estilo direto, o prefeito da capital mineira disse: “Podem anunciar, estou entrando na briga sucessória ao Governo do Estado”.
Apoio do interior
O entusiasmo de Kalil aconteceu, especialmente, depois de sua presença em Alfenas, na semana passada. Ele, na qualidade de presidente da Frente Mineira de Prefeitos (FMP), foi à cidade do Sul de Minas para defender a cota mínima de água no Lago de Furnas. A fala dele conquistou dezenas de colegas prefeitos, muitos, inclusive, o aplaudiram de pé.
Dias depois dessa reunião, aconteceu também o encontro de Kalil com a ministra Cármen Lúcia, relatora do processo junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), solicitando a decisão favorável para que o Lago de Furnas não seja desfigurado como tem acontecido, pois isso só faz agravar ainda mais a crise hídrica, trazendo consequências ao fornecimento de energia, além de dizimar os negócios do turismo na região.
Relativamente ao duelo político, agora aceito pelo prefeito, não chega a ser novidade. O seu adversário, Zema, de alguns meses pra cá, começou a visitar muitos municípios, algo que, até então, ele não fazia. “O governador mineiro resolveu, a seu modo, fazer política. Então, o nosso nome, que é o do prefeito belo-horizontino, também precisa ser disseminado em todas as regiões para avaliação das lideranças locais e, finalmente, pelos próprios eleitores”, comenta o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Agostinho Patrus (PV).
Projetos políticos
Formadores de opinião, ouvidos pelo Edição do Brasil, consideram que o roteiro dos dois neste projeto político de 2022 já está traçado. Segundo eles, Kalil vai procurar resgatar os valores políticos mineiros, prestigiando nomes tradicionais, dando prioridades a temas significativos, como viabilizar projetos do setor produtivo, além de estimular a cultura e o turismo, sem perder de vista as questões sociais. “Kalil, em sua administração, sempre respeitou muito os funcionários públicos”, garante o líder do Governo na Câmara Municipal, Léo Burguês (PSL).
Quando percorre as regiões mineiras, Zema o faz apenas para prestigiar lideranças ou anunciar alguma obra. Mas, até por uma questão de ética, não fala de política. Ele, ao longo de 3 anos de administração, não mudou em nada a sua bandeira ideológica. Ou seja, continua defendendo privatizações das empresas do governo. Além disso, ele deseja diminuir o tamanho do estado e trabalha para fazer o acordo com o governo federal, o que, na avaliação de muitos deputados de oposição, significa muitas perdas para quem é funcionário de carreira do governo mineiro devido ao achatamento salarial e outras teses que desagradam os membros efetivos da máquina estatal.