Em julho, vencerá o mandato do atual presidente do diretório estadual do MDB mineiro, o deputado federal Newton Cardoso Junior, mas sua gestão deverá ser prorrogada. Na avaliação da cúpula nacional da sigla, não há clima para a realização de eleição neste momento, já que isso dependeria de uma imensa mobilização das lideranças do interior em centenas de municípios.
O MDB de Minas é de longe o partido mais expressivo e organizado, com diretórios e comissões provisórias em 550 cidades. A meta da sigla é chegar até o final do ano em 800 municípios, tornando-se o maior do ponto de vista de estruturação partidária. Inclusive, a assessoria da presidência reafirma os números. Atualmente são 100 prefeitos, 87 vice-prefeitos, 914 vereadores, sete deputados estaduais e quatro parlamentares federais. No âmbito da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), os emedebistas só ficam atrás do Partido dos Trabalhadores (PT), cuja bancada tem 10 integrantes, sendo assim a maior no Legislativo estadual.
Eleição majoritária
Os matemáticos da política mineira avaliam que a força do MDB, especialmente no que tange à eleição majoritária, será uma realidade incontestável. Vale dizer, quem ambiciona buscar uma boa perspectiva no pleito de 2022 deverá analisar esse quadro real de força da sigla. O partido foi fundado nacionalmente por Ulysses Guimarães, e, por aqui, tem nomes preponderantes como o do atual secretário de Governo da PBH, Adalclever Lopes, além do deputado estadual Tadeu Martins Leite, prestigiado primeiro secretário da ALMG, reeleito para mais 2 anos à frente do cobiçado posto.
Nas fileiras emedebistas existe ainda uma figura de destaque que é a do presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Julvan Lacerda, pré-candidato ao Senado, segundo se comenta com apoio de 300 prefeitos para esse projeto. Para os especialistas da área, o governador Romeu Zema (Novo) precisa ter uma postura diferente se quiser conquistar os eleitores no ano que vem. Isso porque, na última eleição, ele chegou ao Palácio da Liberdade sendo apoiado apenas pelo então desconhecido Partido Novo.
Entretanto, nessa peleja de 2022, dificilmente essa proeza se repetirá e Zema terá que fazer alianças com segmentos distintos, inclusive com partidos mais estruturados nos rincões do estado. Não se sabe ao certo quais as chances e interesse de união do chefe do Executivo com o MDB. Mas, a sigla já é considerada por outros nomes, como o do prefeito da capital, Alexandre Kalil (PSD) que, até o momento, é visto como o principal opositor de Zema.
O PT em Minas também tem uma boa representação. Elegeram dezenas de prefeitos, centenas de vereadores e comandam dois grandes colégios eleitorais: Contagem, sob a administração da prefeita Marília Campos, e Juiz de Fora, sob a governança de Margarida Salomão, que também já foi deputada federal e é ligada aos meandros da educação em Minas como professora e dirigente.
Para além desses dois grandes municípios comandados pelas petistas, a esperança é que, em 2022, o PT se mantenha coeso, unindo forças à liderança e ao carisma do deputado Patrus Ananias, somando a isso a presença dos seus 10 parlamentares na ALMG. O discurso petista deve apresentar-se na linha do recomeço, reorganização e de preferência se mantendo em oposição ao governo Zema e ao presidente Jair Bolsonaro, segundo avaliam alguns membros da sigla.