Para os amigos do governador Romeu Zema (Novo) falar em sucessão de 2022 é assunto considerado proibido, mas, por outro lado, até o momento, o chefe do Executivo mineiro ainda não mostrou disposição para formação de um grupo político mais expressivo. Pelo contrário, ao longo de 2 anos, foram vários os tropeços no sentido de aglutinar lideranças em prol desse projeto futuro.
Perante o círculo mais próximo, a tese é que, neste segundo período do governo, a atuação de Zema será mais proativa e de realizações visíveis. A ideia é reverter a letargia estatal mineira ao longo desses 26 meses de administração, onde os cofres do tesouro do estado arrecadaram dinheiro apenas para cumprir os denominados compromissos, sobrando migalhas para investimentos em geral.
Kalil bate pesado
Enquanto o silêncio no que diz respeito ao campo político impera no Palácio Tiradentes, quando o assunto é o pleito majoritário do próximo ano, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), avança de maneira organizada, buscando popularidade para além da capital mineira. Como se fosse uma orquestra regida por um maestro experiente, ele espalha tentáculos perante diversos meandros, inclusive conquistando cada vez mais espaço na imprensa nacional.
Percebe-se uma movimentação intensa no desenvolvimento de seu projeto que visa alcançar mais notoriedade com importantes lideranças. Kalil montou uma assessoria política na busca por elevar o volume de contatos quase que diariamente. Neste sentido, fala-se na possibilidade de obter apoio de vários partidos políticos para seu projeto de suceder Zema no governo de Minas. Por exemplo, em Brasília, comentários apontam para a atuação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM) em abrir caminho visando futuras alianças com o dirigente da PBH. O próprio partido do senador, o Democratas, seria o primeiro da lista ao lado de outras grandes siglas proeminentes, como PT, MDB e, até mesmo, o PSDB. É notória a proximidade de Kalil com outras legendas, incluindo o PDT. Ele, por enquanto, continua filiado ao PSD.
Na medida em que vai fazendo contato com as lideranças de diferentes regiões do estado, Kalil sustenta também o seu leque de aproximação com comandos expressivos. Sua recente reeleição o deixou mais perto do empresário e homem forte do Atlético, Rubens Menin, estendendo esse tentáculo a outras figuras significativas como Flávio Roscoe, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Modesto Araujo (Drogarias Araujo), Salim Matar, Henrique Salvador e Ricardo Guimarães, ex-presidente do Galo.
Se a eleição para governador de Minas fosse hoje, o prefeito teria apoio dos três senadores: Rodrigo Pacheco (DEM), Antonio Anastasia (PSD) e Carlos Viana (PSD). Para além deles, há chance de juntar-se a esse time, o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Agostinho Patrus (PV), e o empresário e prefeito de Betim, Vittorio Medioli (PSD).
No momento, enquanto Zema se nega a fazer política, o grupo de Kalil avança com objetivo nítido, ambicionando a conquistar esse vácuo deixado pelo atual governador.