O policial militar e teólogo Cabo Xavier (PMB) disputa a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) pela primeira vez. Em 2018, concorreu à eleição para o cargo de deputado federal, mas não garantiu uma vaga na Câmara. Para explicar o fato de o Partido da Mulher Brasileira ter um candidato homem, ele diz que a legenda não é para ser formada apenas pelo sexo feminino, mas para homenageá-las e incentivá-las a participar da política. Xavier também é presidente nacional do Partido da Defesa Social (PDS), que ainda está em formação e não pôde participar do pleito deste ano.
Ele afirma que todos os candidatos registram planos de governo e a grande maioria não consegue realizar aquilo que propuseram. “Um projeto perpassa por 3 situações para ser executado: viabilidade financeira, social e política. A minha ideia é descentralizar a prefeitura e ter mais diálogo com a população sobre as mudanças necessárias não apenas para a saúde, mas educação, mobilidade urbana, entre outras áreas da gestão”.
Além de ouvir os belo-horizontinos, Xavier considera importante fazer Parcerias Público-Privadas (PPPs) para ajudar a desafogar o sistema de saúde. “Um dos maiores problemas é a dificuldade e demora no atendimento. Na assistência primária, pretendemos desenvolver um aplicativo de celular, no qual o cidadão poderá se consultar direto com um médico de forma on-line. O profissional fará a avaliação e a marcação de exames, não sendo necessário enfrentar as longas filas nos postos de saúde. A PBH tem vários prédios ociosos que podem virar centros de atenção primária”.
O candidato também fala sobre suas propostas para melhorar o problema das enchentes na capital. “Belo Horizonte cresceu muito e sem um planejamento adequado. Para resolver os alagamentos, a solução seria a criação de bacias para receber a água das chuvas. Isso já foi feito em diversas cidades e deu certo”.
Com relação à mobilidade urbana, aposta no resgate das ciclovias para desafogar o trânsito nos grandes centros. “Já não comportam a quantidade de veículos. Outra solução para o transporte público seria a instalação do monotrilho, que utiliza energia limpa, são ecologicamente melhores e não ocupam tanto espaço dentro da estrutura da cidade”.
Sem aulas desde março por conta da pandemia de COVID-19, milhares de crianças estão com o ensino prejudicado. Nesse ponto, Xavier defende a utilização das ferramentas tecnológicas. “A automação será aplicada em tudo na nossa vida daqui para frente. É importante tirarmos o melhor proveito, afinal, não sabemos até quando vai durar essa crise sanitária. Queremos a valorização do professor e sua permanente qualificação”.
Ainda no campo da educação, ele almeja a reestruturação do modelo atual. “Nossas instituições precisam de um pouco mais de disciplina, pois ajuda na formação do indivíduo. Além do ensino básico, pretendemos tornar a escola uma extensão da casa do estudante, com práticas recreativas, esportivas, culturais e artísticas. A alimentação adequada aos alunos, principalmente os de baixa renda, também é fundamental”.
Assim como no Brasil, a economia em Belo Horizonte foi fortemente afetada com o fechamento de empresas e o desemprego. “Essa é uma questão complexa e envolve o governo federal e estadual. A capital fechou muito cedo e estendeu demais o processo. A administração adotou todas as medidas para preservar a saúde, mas se esqueceu de outros protocolos para não sufocar as atividades comerciais”.
A proposta do candidato é chamar o comércio para o diálogo, principalmente as pequenas empresas. Ele visa implementar o sistema de cooperativismo, gerando mais trabalho e renda sem onerar o empregador com altas cargas de impostos. Planeja ainda trazer um banco municipal para o desenvolvimento econômico. “A PBH pode subsidiar essas parcerias com a finalidade de obter recursos para os cidadãos retomarem seus negócios, assim como fornecer treinamentos com o objetivo de qualificar a mão de obra para recolocação das pessoas no mercado de trabalho”.
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