O ator de Hollywood, Leonardo DiCaprio, disse em uma rede social que o nosso presidente duvidou publicamente da gravidade dos incêndios na região Amazônica e que há preocupação crescente de que o desmatamento em andamento não esteja recebendo atenção suficiente. A fala do ator levou o vice-presidente a convidá-lo a conhecer como as coisas funcionam na região Amazônica. O convite é para que, juntos, façam uma caminhada pela selva, para que ele possa entender melhor esta imensa região. Comentou ainda que as queimadas só ocorrem em área humanizada e não na floresta. A sua maior preocupação é a cobrança interna e externa por resultados do governo na área de preservação ambiental. O trabalho que está sendo realizado é centrado nos eixos de preservação, proteção e desenvolvimento sustentável. Mas há uma enorme desinformação midiática. A floresta não está queimando. Entretanto, a imagem que é passada para o resto do Brasil, para a comunidade e a mídia internacional é que tem fogo na floresta.
Por que Organizações não Governamentais (ONGs) insistem tanto no desmatamento da Amazônia? A maioria, formada por capital estrangeiro, falam muito mal do Brasil no exterior e brigam aqui dentro a respeito do desmatamento, esquecendo-se totalmente que estão nas cidades outros graves problemas ambientais que sofremos, como a falta de saneamento básico e com o lixo urbano, com um descarte indevido.
Tem muita ONG bem intencionada que aqui estão para ajudar, mas é óbvio que muitas estão aqui disfarçadas de ambientalistas para criar barreiras comerciais, pois somos ameaça para a agricultura de vários países do mundo. Se os nossos principais problemas são o saneamento e o lixo, porque só existem ONGs combatendo o desmatamento e concentradas na região Amazônica?
O nosso Código Florestal é a melhor lei protetiva do mundo. Temos que estar atentos com o papel de alguns ambientalistas se de fato fazem alguma coisa pelo meio ambiente ou se tem algum outro interesse comercial ou internacional, disfarçada de um movimento bonito que todo mundo simpatiza, que é o ambientalismo.
Vejam o que aconteceu na checagem de dados da Embrapa. Estes dias deu aquela confusão a respeito do questionamento de dados revelados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) que fez o ministro de Ciência e Tecnologia pedir a série histórica dos últimos 24 meses e a metodologia usada para chegar aos números apresentados. Aconteceu o mesmo com a Embrapa territorial. Ela fez um estudo com base no cadastro ambiental rural e chegou à conclusão que, no Brasil, 66,3% da vegetação é nativa, sendo apenas 30% usada para a produção. Estes dados foram questionados por alguns meios de comunicação. Tivemos uma confirmação da Nasa da parte produtiva no planeta, concluindo que temos 30% de produção em nosso território e, agora, a Organização das Nações Unidas (ONU) concluiu um estudo que o país é o que mais preserva no mundo. Nós temos áreas destinadas à conservação e preservação da natureza, que são as unidades de conservação, terras indígenas, áreas de preservação permanente e reserva legal, muito maior e mais do que qualquer outro país. Para quem tiver dúvidas, fica o dito acima que conta com o aval da Nasa e da ONU.
Chama a atenção ainda que a imprensa em geral dê pouco destaque aos incêndios devastadores que regularmente acontecem em outros países. Vamos citar alguns, como na Califórnia, USA, dizimando milhares de acres, incluindo cidades e plantações, com a temperatura chegando a 55ºC; como em Portugal e na Espanha; na África do Sul, ameaçando a bela Cidade do Cabo; na Austrália, devastando uma enorme área, incluindo milhares de cangurus e outros animais, sem opção de fuga. Nestas tragédias, a mídia limitou-se a dar as notícias, sem nenhuma manifestação ou comentário sobre os seus dirigentes e suas responsabilidades. Quando acontece em nosso território, sempre voltam ao assunto de que a Amazônia não é nossa e sim do mundo e, portanto, temos que entregá-la aos interesses deles, que sabemos são enormes, pela riqueza que tem em seu solo. Fiquemos atentos para dizer a todos que a Amazônia tem dono sim, não é Hollywood, é nossa.
*Roberto Luciano Fortes Fagundes
Engenheiro, presidente da Federação de CVB-MG, presidente do conselho do Instituto Sustentar e vice-presidente da Federaminas
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