O futebol parou em Minas no domingo 15 de março. Restam 2 rodadas para o final da primeira fase, 2 datas de semifinais e 2 rodadas decisivas. Depois chega o Campeonato Brasileiro. Para o Cruzeiro, no meio do caminho, tem o jogo de volta contra o CRB em Maceió.
Entra então a pergunta: e daí? Não há nenhuma informação conclusiva sobre a volta dos jogos, com ou sem portões fechados. Não há previsão para o recomeço de Libertadores, Sul-americana e Liga dos Campeões.
Os jogadores estão de férias e, logo após, entra a obrigatória pré-temporada. O isolamento da bola mostra como ela é importante na vida dos brasileiros, sustentando uma paixão sem limites.
Enquanto aguardamos a resposta para tantas questões fica um desejo sincero que os clubes brasileiros aproveitem o recesso e repensem a maneira como estamos fazendo o futebol profissional na pátria amada.
A venda de jogadores e a cota de TV bancam a ilusão de que sabemos conviver com a realidade. O passivo aumenta: em algumas agremiações já se aproxima de R$ 1 bilhão. O custo da dívida é imenso e, como credor não brinca em serviço, vai embora nessa brincadeira qualquer possibilidade de sair do vermelho.
O futebol precisa criar parcerias, admitir sócios, profissionalizar gestão e aproveitar milhões de fãs que os clubes entregam, (fãs que podem ser chamados com toda justiça de clientes).
Prestem atenção. Nos clubes todo mundo fala. Presidente, vice, diretor de futebol, técnico, jogador, assessor de imprensa, etc. Só não fala o diretor financeiro, talvez com receio de liberar informações negativas. Ate quando? Todos prometem diminuir despesas. Se elas existem por que foram criadas?
Um dia a fatura ia chegar. E chegou.
*Emanuel Carneiro
Presidente da Rede Itatiaia de Rádio