A vaga em um cargo público é um objetivo a ser alcançado por grande parte dos brasileiros. Conhecidos como concurseiros, muitos candidatos se dedicam dia e noite aos estudos. Uma forma de estar sempre atualizado é se matriculando em cursos preparatórios. Contudo, para alguns, a especialização pode ser algo inacessível.
Foi pensando nisso que a pesquisadora vinculada à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Danielle Alves, criou o “Núcleo Danielle Alves: Língua Portuguesa e Preparatórios” que, além dos preparatórios, oferece cursos de português para todas as idades, assim como serviços de revisão e normatização textual e publicação de livros, a partir de R$ 60 com duração de 1 a 2 semestres, além dos intensivos de férias e de fins de semana, também abertos a todos, por valores sociais.
A ideia surgiu em 2015, com a demanda de alunos que precisavam de um atendimento especializado e individualizado no ensino de redação para o Enem. “A partir disso, com indicação, concurseiros também passaram a procurar pelas aulas e, assim, nasceu a escola”, recorda.
Os preparatórios são uma novidade para este ano. Além dos cursos de gramática, redação, alfabetização infantil e EJA, serão abertas turmas direcionadas para concursos de diversas bancas, somadas ao pré-Enem, pré-Cefet / Coltec / IFMG/ Colégio militar / Funec, português para crianças, caligrafia, agenda mensal de aulões finais de revisão nos fins de semana, cursos de férias e a inclusão das disciplinas de legislação e matemática.
Danielle acrescenta que como se trata de uma instituição cristã católica eles prezam por uma boa formação do estudante, independentemente de sua condição socioeconômica. “Oferecemos as formações a valores sociais e com mensalidades voltadas a todos”.
Segundo a estudante Raquel Martins, o curso tem sido proveitoso. “Tenho me dedicado aos concursos há cerca de 6 meses. Optei por fazer um curso para ter um suporte melhor e as aulas têm me feito alcançar um rendimento maior na aprendizagem”.
Como se preparar
Danielle afirma que muitos fatores interferem no tempo entre a preparação e a aprovação de um candidato para cargo público. “A média pode variar, dependendo do concurso, de um a 3 anos. De todo modo, não é regra. Há aqueles que conseguem alcançar os primeiros lugares com 6 meses de estudo – embora menos comum -, outros com 5, 6 anos”.
Dentre os motivos que fazem o tempo de conquista pela aprovação do estudante oscilar, a complexidade das provas – que varia conforme a banca -, e o nível de concorrência são apontados como os principais. “Para o sucesso do candidato é importante conhecer bem o edital e a banca correspondente, os tipos de conteúdo que serão exigidos, criar e manter uma rotina de estudos a partir da organização de bons materiais e cursos escolhidos – com teoria e prática de resolução de questões – e ter momentos de lazer, convivência e espiritualidade”.
Vale a pena?
A estabilidade, na visão de Danielle, é a principal razão que leva uma pessoa a buscar uma vaga em um concurso. “Soma-se a isso, a remuneração acima da média. Se o estudante, almeja, de fato, aquela vaga, vale a pena”.
Ela observa ainda uma diminuição nas sanções legislativas e executivas para a abertura de novos concursos nos próximos anos, mas assegura que os editais não param de surgir. “Para algumas áreas é obrigatório que se cubram as vagas de quem se aposenta ou deixa o cargo por algum motivo. Por isso, é preciso ficar atento aos sites e diários oficiais que liberam novos concursos”, conclui.