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71% dos trabalhadores dizem que o tempo de deslocamento impacta na produtividade

Para os trabalhadores brasileiros, os centros das grandes cidades parecem estar, cada vez, mais distantes de suas casas e isso está interferindo na produtividade durante o expediente. É o que aponta a pesquisa Alelo Hábitos do Trabalho, realizada pelo Instituto Ipsos, nas 12 maiores regiões metropolitanas do país. Segundo o estudo, 71% dos entrevistados afirmam que o tempo gasto até o trabalho tem impacto direto no rendimento.

André Turquetto, diretor de Marketing e Produtos da Alelo, diz que é comum que os colaboradores que moram mais longe ou que demoram mais no trajeto da casa para o trabalho já cheguem mais cansados, especialmente os que usam transporte público, sendo que alguns utilizam mais de um. “Com isso, as pessoas acabam tendo menos disposição no trabalho, na hora em que deveriam ter mais energia para produzir. Inclusive, em uma outra pesquisa que realizamos em 2017 (Pesquisa Mobilidade Alelo, em parceria com o Conecta) foi apontado que 67% das pessoas  preferem ganhar um salário menor se conseguissem um trabalho perto de casa”.

O principal meio de deslocamento dos trabalhadores ainda é o transporte público (49%), que inclui ônibus, metrô e trem. A utilização de carros e motos próprios aparece em segundo lugar (37% dos pesquisados) e o uso de aplicativos de mobilidade, como Uber, 99, Cabify, entre outros, está cada vez mais popular e foi a escolha de 16% dos empregados.

Outra alternativa foi o deslocamento feito por bicicletas e patinetes próprias, realizado por 5% dos entrevistados. Outros 3% utilizam as mesmas opções de micromobilidade só que por aplicativos de compartilhamento.
Turquetto reitera que a pesquisa oferece informações para compreender a realidade dos trabalhadores nesse ambiente de transformações aceleradas na economia. “Um exemplo disso são as novas tecnologias de mobilidade que já fazem parte do dia a dia de muitas pessoas. Outro ponto importante é que a maior parte dos entrevistados expressou a percepção de que a qualidade e o tempo do deslocamento impactam na produtividade. As empresas precisam estar atentas a fatores como esse”.

Ainda de acordo com a pesquisa, a região metropolitana de Belo Horizonte ficou em terceiro no ranking que mais sentem o impacto do deslocamento na produtividade do trabalho, atrás de São Paulo e Rio de Janeiro. Como alternativa a essa realidade, o diretor de marketing aponta que a empresa pode pensar em mecanismos para deixar o colaborador mais estimulado.

“Por exemplo, aqui praticamos algumas iniciativas como o anywhere office, em que, pelo menos uma vez na semana, os colaboradores podem trabalhar de qualquer lugar. Com a dificuldade de locomoção nas grandes cidades, esse benefício é bem recebido por todos. Além disso, às sextas-feiras o expediente na empresa acaba mais cedo, para que eles possam fugir do trânsito e voltar mais tranquilos para casa ou para seus compromissos. Outra ação é o projeto interno de gestão de carros compartilhados, implementado por meio de uma plataforma corporativa 100% digital. O objetivo é oferecer mais uma opção de mobilidade para facilitar a locomoção. Mas, cabe a cada empresa se adaptar à nova realidade e oferecer iniciativas que possam contribuir mais com o bem-estar”.

Para finalizar, Turquetto destaca que hoje, dependendo da atividade desempenhada, já é possível trabalhar home office, porém isso exige alguns cuidados. “As novas tecnologias ajudam muito nesse sentido. Essa mesma pesquisa apontou que trabalhar de casa ou de qualquer outro lugar que não seja a própria empresa é a opção dos sonhos para 49% das pessoas empregadas. No entanto, para oferecer essa modalidade, a empresa precisa estruturar bem esse projeto”, finaliza.

Sem trânsito
A jornalista Isabela Malta trabalha, há 2 anos, em uma agência de publicidade na qual 90% do trabalho é desempenhado em home office. Para ela, a principal vantagem dessa modalidade é não ter trânsito. “Tenho que estar disponível das 8h às 18h para as atividades da empresa e acordo às 7h40”.

Isabela relata que passou por um treinamento antes. “As pessoas acham que trabalhar em casa é sinônimo de fazer menos coisas, mas isso não tem nada a ver. As minhas demandas são iguais às de quem trabalha presencialmente e precisamos ter foco para não dispersar”, finaliza.