Os amantes do cinema nacional já têm data e local para se encontrarem: de 24 de janeiro a 1º de fevereiro, na Mostra de Cinema de Tiradentes, região Central de Minas Gerais. O evento que inaugura o calendário audiovisual do país é o maior do gênero no cenário brasileiro e chega a 23ª edição garantindo uma programação vasta, intensa e gratuita.
A mostra vai acontecer durante 9 dias e terá a exibição de 113 filmes (31 longas, 1 média e 81 curtas-metragens), divididos em 53 sessões de cinema. Além disso, acontecerá 39 mesas de debates, diálogos audiovisuais e a série “Encontro com os Filmes”, performances artísticas e musicais, oficinas e lançamentos de livros. Ou seja, a cidade histórica mineira será transformada na capital do cinema brasileiro, com toda infraestrutura para sediar a programação e receber, aproximadamente, 35 mil turistas.
Para este ano, a mostra terá como temática “A imaginação como potência”. Raquel Hallak, coordenadora-geral do evento, diz que a ideia é uma tentativa de ser propositivo diante de um cenário incerto e olhar adiante e enxergar na arte e na criação os caminhos possíveis para novos rumos.
“Queremos mostrar para as pessoas a potência que o cinema tem como arte, gerar reflexão e imaginarmos novos mundos e rumos. Estamos passando por um momento difícil de financiamento das produções e esse festival vem para mostrar a força cultural que temos e também os empregos e renda que o setor gera”.
Outro ponto destacado pela coordenadora é a diversidade das produções que serão apresentadas. “Em 2020, celebramos 23 anos de existência da Mostra de Cinema de Tiradentes, uma trajetória rica que testemunha a força e a diversidade do cinema brasileiro. Cada edição honra com o compromisso de valorizar, promover e apresentar ao público o que é produzido no Brasil, além de ser um lugar de inovação, criatividade, formação e reflexão, de manifestação e intercâmbio da nossa cultura”.
Duas gerações na tela
Nesta edição, os homenageados serão os atores Antônio e Camila Pitanga. Raquel conta que eles foram escolhidos por representar as duas gerações e os caminhos que eles fizeram dentro do audiovisual nacional. “Antônio participou da revolução do Cinema Novo, entre o final dos anos 1950 e meados dos anos 1970, e Camila Pitanga ocupa o imaginário da TV e do cinema nas últimas duas décadas. Em ambos estão a diversidade e a força de duas formas de trabalhar e mapear uma história que os atravessa”.
Parte do que foi produzido pelos atores poderá ser conferido na Mostra Homenagem, com os longas “Na Boca do Mundo”, única vez que Antônio dirigiu um filme; “Eu Receberia as Piores Notícias dos seus Lindos Lábios”, de Beto Brant e Renato Ciasca, no qual Camila está em seu papel mais intenso; e “Pitanga”, documentário de Brant e Camila sobre a vida e carreira de Antônio. Além dos filmes e da presença no evento, eles serão tema de uma mesa de debates que vai discutir, no dia 25 (sábado), às 12h30, a importância de seus trabalhos.
A coordenadora finaliza dizendo que eles são ícones de seus próprios tempos, por razões e trajetórias distintas. “Pai e filha, homem e mulher, negro e negra, 80 e 42 anos. Celebrar os dois juntos é afirmar não só seus caminhos, mas também reconhecer suas diferenças, seja ela criativa, simbólica ou política”.