Todos os dias 17 pessoas morrem afogadas no Brasil. Destas, 3 são crianças, de acordo com o Ministério da Saúde. Segundo a ONG Criança Segura, em 2016 – ano no qual foi feito o último levantamento – , o país contabilizou 913 óbitos por afogamento de crianças e adolescentes até 14 anos. Essa é a maior causa de morte acidental na faixa de 1 a 4 anos, sendo a piscina o local onde a maioria dos incidentes ocorrem.
Para aumentar a segurança e evitar acidentes, muitos pais optam por colocar seus filhos na natação desde cedo. A profissional em educação física Ana Cristina Barreto explica que, além de todos os benefícios para a saúde, a prática é importante para a defesa. “Piscina e praia são acessíveis e a criança sabendo as técnicas auxilia bastante”.
Ela acrescenta que como as crianças não têm maldade, a água pode se tornar vilã. “Quando estão em grupo brincam de empurrar, não tem noção de profundidade etc. Neste ponto, as aulas também ajudam, pois elas passam a ter maior percepção”.
No entanto, a especialista alerta que, mesmo sabendo nadar, é necessário atenção dos pais. “A criança pode ficar cansada e se apavorar. O fato de saber nadar não significa que está livre de se afogar, mas acaba dando um pouco de tranquilidade, porque ela tem técnicas de natação”.
A gerente de produção Kristina Wagmann conta que sua filha, de 4 anos, faz natação há quase 1 ano. “É muito triste saber que essa é a maior causa de mortes na infância. Se tratando de uma criança, os olhos tem que ficar bem abertos, independente do local ou nível de aprendizado dela”.
Benefícios
Ana Cristina explica que após o bebê estiver vacinado, 6 meses, ele já está apto para fazer natação, mas informa que existe uma diferença na aula para essa faixa etária. “Não é aprender a nadar, mas é estimulado o contato com a água. Mesmo porque, a técnica só é passada após o sexto ano de vida. O profissional começa a inserir o nado de costas e peito, porque a criança já tem um nível de desenvolvimento motor maior”.
Ela destaca que a natação é indicada para as crianças porque trabalha vários aspectos. “Noção de espaço, ritmo e esquema corporal. Além disso, aumenta a consciência corporal e auxilia no desenvolvimento psicomotor”.
A prática ainda ajuda na saúde. A princípio, foi o que fez Kristina colocar a filha na natação. “Ela tem bronquite e tinha muitas crises. A pediatra indicou e, de fato, a respiração dela melhorou e as crises diminuíram”.
A profissional em educação física diz que o treino faz com que a criança se torne disciplinada. “O esporte traz isso para a vida de qualquer pessoa, principalmente quando é aplicado na infância”.
Além de tudo isso, Ana Cristina ressalta que, de um modo geral, a criança gosta de água. “Essa relação começa no banho, com a água caindo no corpo. É necessário uma envolvimento lúdico, porque assim ela passa a aceitar a natação como exercício físico. Os pais devem buscar o esporte, a princípio, por prazer e não para criar um atleta mirim. A orientação de um profissional é importante para que a criança encontre sua aptidão”, finaliza.