Quem nunca planejou uma ida rápida ao supermercado no meio do almoço e deu de cara com uma longa e lenta fila? A situação aborrece tanto que uma pesquisa do IBOPE Conecta revelou que 87% dos internautas estão preparados para comprar em um supermercado sem caixa e com cobrança online. Eles desejam um serviço mais prático, rápido e gostam de novas experiências de compra. Para os 13% que não comprariam, o motivo é o receio de não ter alguém para solucionar um problema e por não parecer tão seguro.
Para atender o desejo do consumidor de acabar com filas, fica a pergunta: seria o fim dos funcionários nos supermercados? O segmento supermercadista mineiro emprega muita gente. Em 2017, 66 lojas foram abertas, o que gerou 10,2 mil novos postos de trabalho, de acordo com Associação Mineira de Supermercados (AMIS).
Para Antônio Claret, superintendente da AMIS, este é um caminho natural. “Não se trata de uma ameaça aos empregos, porque, cada vez mais, os supermercados são prestadores de serviços em outras áreas e estão sempre abrindo vagas em várias funções. E o caixa com operador, tradicional nas lojas, permanecerá na grande maioria das unidades”.
Em Minas Gerais, o setor é um dos mais estáveis, registrando crescimento de 1,84% no mês de julho sobre junho, e de 2,68% em relação ao mesmo mês de 2017, segundo mostra o Termômetro de Vendas, pesquisa mensal da AMIS com empresas de todo o estado.
A pesquisa do Ibope também perguntou qual o sistema de pagamento inovador preferido do internauta. Pagar com a biometria é o escolhido por metade dos entrevistados (48%), seguido de pagar com o celular (27%) e reconhecimento facial (12%). Apesar do desejo de avanço tecnológico, 42% acreditam que o Brasil não tem capacidade de ter essas tecnologias como lojas sem atendentes, pagamentos via celular e outros. Também há a barreira cultural: 64% preferem pagamento com cheque e 49% preferem o sistema de carnê/boleto bancário.
Na prática, novas tecnologias no setor são tímidas. “Os terminais de autoatendimento, que vêm crescendo no setor, já são iniciativas nesse sentido. O e-commerce e as vendas por telefone com entrega em domicílio também são opções colocadas à disposição do cliente por algumas redes”, explica Claret.
A moda pega?
O mineiro parece aberto às novas praticidades. De acordo com um levantamento realizado pela Loja Integrada, o faturamento das lojas virtuais de Minas Gerais dobrou de 2016 para 2017, saindo de R$ 12 milhões para mais de R$ 23 milhões. Ainda segundo o estudo, o valor do ticket médio cresce a cada ano e chega à média de R$ 221 em 2018.
Mas será que a maioria dos consumidores aderiria o novo método? Para Claret não. “É importante ressaltar que, mesmo com o avanço dos serviços de autoatendimento, uma fatia considerável de consumidores não abre mão do atendimento personalizado, seja no caixa, no açougue ou pelos promotores dentro das lojas”, opina.