Apesar de passar longe do páreo com o Dia das Mães, a segunda melhor data para as vendas e que, em 2018, teve seu melhor desempenho dos últimos 5 anos, segundo o Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio, o Dia dos Pais ainda garante um lugar entre as datas mais importantes para o comércio. A primeira data comemorativa do segundo semestre deve aquecer o comércio de BH com injeção de R$ 1,81 bilhão em vendas, segundo estimativas da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH).
A expectativa de crescimento é de 1,98% nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado. Esse é o maior percentual projetado de alta desde 2012. “Estamos com um cenário econômico melhor do que o dos últimos 3 anos. O processo de recuperação da economia, mesmo lento, tem contribuído para retomada de crescimento do setor, que já vem apresentando resultados positivos e justifica a expectativa maior”, explica o presidente da CDL/BH, Bruno Falci.
Segundo levantamento da CDL, a maior parte dos empresários (44,1%) acredita que as vendas serão maiores. Uma sondagem feita em julho pelas agências do SerasaConsumidor em todo o Brasil dá força a esse otimismo, segundo a pesquisa com cerca de 10 mil consumidores, mesmo com 34% dos entrevistados desempregados, mais de um terço dos que não possuem emprego (35%) pretende comprar presente para o Dia dos Pais. Do lado mais pessimista, 25,2% dos entrevistados pela CDL/BH esperam que as vendas sejam iguais as de 2017 e 30,7% consideram que o resultado deve piorar.
No ano passado, o percentual de lojistas pessimistas era menor, apenas 6,4%. “Inevitavelmente, as paralisações de maio e a proximidade do período eleitoral afetaram, de forma negativa, a percepção dos empresários do comércio em relação às vendas da data”, comenta Falci.
Ainda pela capital, os lojistas que mais investiram em estoques para a data estão nas regionais Leste, Oeste e Pampulha. Com a perspectiva de alta, a maior parte dos empresários (47,8%) aumentou o volume do estoque para atender a demanda da data.
É o caso da comerciante Elizabeth Silveira, que possui uma loja de calçados, brinquedos, papelaria, enxovais e acessórios, na regional de Venda Nova. “Estamos nos preparando com divulgação nas redes sociais, carro de som e estoque próprio para esta data, como roupas masculinas, calçados, mochilas e acessórios. O Dia dos Pais sempre foi um período que temos aquecimento nas vendas, estamos trabalhando para que isso continue, com promoções em toda a loja”, afirma a comerciante que completa 36 anos de varejo.
O levantamento da CDL/BH também apontou que as roupas devem ser os itens mais procurados pelos consumidores na hora das compras para presentear, conforme a opinião de 29,7% dos empresários. Em seguida, estão os acessórios (carteira, cinto, meia, gravata, bolsa, malas, etc.) com 13,9% da preferência. Segundo Falci, esses produtos têm uma boa procura devido à grande variedade de opções e preços. “São itens que se encaixam no orçamento do consumidor e que agradam bastante”, afirma. A expectativa é que o tíquete médio das compras seja de R$ 121,63. Em 2017, o valor esperado era de R$ 180,62.
O analista de Tecnologia da Informação Marcos Campos, além de viajar para ficar perto do pai, pretende presenteá-lo. “Não é algo que faça tanta questão assim, mas tendo oportunidade sempre compareço. Com o presente pretendo gastar entre R$ 50 e R$ 150”, diz.
Já a estudante de medicina Edir Paula Cheloni vai apostar na originalidade. “Devo fazer alguma surpresa, que ainda estou pensando. Gosto de coisas originais, para que quando ele veja ou use, se lembre de mim. Algo que remeta a uma saudosa situação, não necessariamente com valor financeiro. Depois que saí de casa para estudar, essa data teve um peso maior”, conta.
Segundo Carolina Aragão, gerente do SerasaConsumidor, é importante que no atual cenário econômico do país os consumidores, especialmente os que estão sem emprego, sejam cautelosos e façam suas compras com consciência para não se endividarem além da sua capacidade de pagamento. “A inflação corrói a renda e o desemprego destrói, o que é pior”, alerta. “Aos que, mesmo desempregados, optarem por comprar o presente, é essencial que façam pesquisa de valores para encontrar a melhor oferta”, afirma.