Caracterizada por um processo inflamatório que envolve o cérebro, a meningoencefalite é uma doença considerada rara. Popularmente conhecida como meningite, a patologia acometeu 1.087 pessoas no ano passado, em Minas Gerais, levando 122 delas a óbito. Neste ano, o problema já atingiu 301 pessoas, sendo 36 delas vítimas fatais.
De acordo com o infectologista Marcio de Castro, a doença pode ter diversas causas, como vírus, tuberculose, fungos, surtos ou acontecer de forma eventual. “É uma patologia potencialmente grave que pode atingir o cérebro, deixar sequelas e, inclusive, ser fatal. Mas, se tratada adequadamente, tem uma evolução favorável de cura”.
O especialista explica que a enfermidade apresenta alguns sintomas. “Vômito, dor de cabeça e febre. Eventualmente, a pessoa pode ter um sinal secundário de determinada área do cérebro causando mal-estar e sonolência. No caso da meningite meningocócica – um dos tipos da doença -, pode atingir a pele e produzir manchas pretas no corpo que chamamos de vasculite”.
Ainda segundo o infectologista, por apresentar sintomas comuns em outras doenças, isso pode dificultar o diagnóstico. “Acaba protelando a análise do problema. É importante que quem faça o atendimento médico, sempre tente descartar a meningite. Temos que pensar nessa possibilidade. Outra maneira é se atentar para a evolução do quadro, ou seja, se está tendo intensidade dos indícios e uma piora excessiva”.
Castro ressalta que a principal forma de prevenção da doença é o isolamento de pacientes infectados e a vacinação. O tratamento varia de acordo com a causa do problema. “Geralmente, a meningoencefalite causada por vírus não tem uma intervenção específica. A patologia em sua forma herpética, ou seja, causada pela herpes labial é tratada com um antiviral”.
A doença também pode ser proveniente da tuberculose. “Neste caso, o tratamento é a utilização de remédio indicado. A bacteriana, meningocócica e pneumocócica também requer um antibiótico específico para a bactéria. Já a fúngica necessita da intervenção de antifungos”.
Ele elucida a importância do diagnóstico correto. “É preciso investigar a meningite, definir sua causa – que é o momento mais difícil – e direcionar o tratamento adequado ao paciente”.
O deputado Caio Nárcio (PSDB) está internado desde o dia 3 de maio, vítima da meningoencefalite de etiologia a esclarecer. De acordo com o último boletim médico liberado pelo Hospital Sírio Libanês, o parlamentar está estável e sem previsão de alta.
Um outro caso que teve grande repercussão na mídia foi o do filho da cantora Eyshila, Matheus Oliveira, que faleceu em 2016 após agravamento do quadro de meningite com encefalite herpética – proveniente da herpes -. O adolescente ficou internado por cerca de 6 dias.