Dando sequência às entrevistas com os pré-candidatos à presidência, nesta semana decidimos fazer um perfil mostrando as trajetórias políticas e ideias de Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede). Essa é a última matéria da série.
Geraldo Alckmin (PSDB)
Após 16 anos longe da cadeira da Presidência da República, Geraldo Alckmin será o responsável por tentar colocar os tucanos no cargo mais alto do país. A sua vida pública foi construída em São Paulo, sendo eleito quatro vezes para governador e ocupando os cargos de vereador, prefeito, deputado estadual e deputado federal. Ademais, ele também já concorreu ao Palácio do Planalto, em 2006, quando perdeu para o ex-presidente Lula (PT).
Para ser pré-candidato, Alckmin sofreu uma forte concorrência dentro do próprio partido, pois alguns membros acreditavam que o melhor nome para o pleito seria o do prefeito de São Paulo, João Doria.
Além de estar em baixas nas recentes pesquisas – de acordo com o levantamento do CNT/MDA, divulgada semana passada, ele aparece com apenas 8,1% – outro fato que preocupa a legenda são as recentes denúncias de recebimento de dinheiro ilícito para a campanha política. Em abril, o Ministério Público de São Paulo decidiu instaurar um inquérito civil para investigar o suposto recebimento de R$ 10 milhões, via caixa 2, para financiamento nas eleições para governador.
O seu plano de governo é baseado em uma tentativa de correr do extremos que esta eleição aparentemente possa apresentar, afirmando que o projeto para reconstrução do país “rejeita aventura, irresponsabilidade, populismo e demagogia”.
Marina Silva (Rede)
Nascida no Acre, Mariana Silva teve início na vida pública no Partido dos Trabalhadores, pelo qual foi eleita deputada estadual e senadora, além de também ter assumido o Ministério do Meio Ambiente durante o Governo Lula (PT).
Em 2009, ela deixou a legenda, alegando que a “concepção do desenvolvimento centrada no crescimento material a qualquer custo, com ganhos exacerbados para poucos e resultados perversos para a maioria, principalmente para os mais pobres, da destruição de recursos naturais e da qualidade de vida”.
Já em 2010, se candidata à presidência pela primeira vez pelo Partido Verde, tendo o empresário Guilherme Leal como vice em sua chapa. Apesar de pouco tempo de televisão, Marina conseguiu uma votação significativa: 19,6 milhões de votos, quase 20% dos válidos.
Esse bom resultado levou a candidata a fundar o Rede Sustentabilidade e, para as eleições de 2014, ela se juntou à chapa de Eduardo Campos (PSB) como vice. Porém, devido a fatalidade da morte do ex-governador, Marina assumiu a campanha e conseguiu 22.176.619 votos (21,32% do total) e ficou em terceiro lugar no primeiro turno.
E, pela terceira vez consecutiva, ela será novamente candidata à presidência. Durante o lançamento da sua pré-candidatura, no mês passado, Marina afirmou que o seu programa de governo terá como pilares o combate à corrupção, por meio do fim ao foro privilegiado; ajuste das contas públicas e redução da desigualdade social. “O momento que estamos vivendo, que não é de celebração, é claro, é de tristeza. Um ex-presidente da República, poderia estar apto para fazer o que bem quisessem na política, sendo interditado pela Justiça, por erros”.
Nesta eleição, segundo a última pesquisa realizada pelo DataFolha, Marina está tecnicamente empatada com Jair Bolsonaro (PSL) na liderança das intenções de voto: ele possui 17% e ela tem 16%.
*A escolha de apresentar as ideias de Geraldo Alckmin em primeiro baseia-se apenas por colocar os nomes dos pré-candidatos em ordem alfabética.