A atividade física é considerada uma questão de saúde pública. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, são inúmeros os benefícios que a prática traz, dentre eles o bem-estar psicológico. Foi pensando nisso que surgiu o projeto Mães em Movimento, que agrega o exercício físico à rotina da mulher após a maternidade, momento em que muitas se sentem sobrecarregadas.
A idealizadora do projeto, fisioterapeuta e doutora em saúde da mulher, Vitória Goulart, conta que iniciou a ação depois do nascimento do seu primeiro filho. “Eu estudei métodos para colocar as mães em movimento a fim de que elas pratiquem atividade física”.
Para facilitar ainda mais a inclusão de mães no projeto, os exercícios físicos são feitos com os bebês. “A criança vai no carrinho ou no sling (canguru), o peso dos pequenos e o próprio carrinho são fundamentais para a atividade. Nosso projeto visa estimular a mulher a fazer exercícios físicos ao ar livre junto com seu filho”.
Os encontros para a atividade são feitos três vezes por semana, na Lagoa da Pampulha. “Além do esporte, vem a parte social. Devido ao encontro de várias mães, esse é um momento em que elas podem, inclusive, compartilhar sobre o dia a dia e como lidar com certos desafios. Uma troca de experiência bastante prazerosa”.
A fisioterapeuta elucida que a prática é importante para as mulheres no pós-parto. “Auxilia a controlar o peso, o emocional e, principalmente nos primeiros meses do bebê, fortalece a estrutura muscular esquelética fazendo com que ela não tenha dores nas costas, por exemplo, que é muito comum”.
Esses benefícios foram observados pela dona de casa Andrea Soares. Ela está no projeto desde janeiro e conta que perdeu 33 quilos. “Faço parte do grupo de corrida e as meninas me incentivam bastante no projeto. O que eu mais gosto é que tem um atendimento personalizado, focado nas minhas necessidades e horários. Eu nunca liguei para a opinião dos outros, mas ainda sim o exercício ajudou bastante na minha autoestima e saúde”.
Para além do esporte
Agregado a prática de exercícios físicos, o projeto ajuda a mulher a lidar com o pós-parto que, de acordo com Vitória, é muito delicado. “A nossa sociedade estabelece algumas regras que prejudicam o bem-estar. Depois que a mulher vira mãe, ela precisa se dedicar 100% ao filho e a família. Acaba que isso faz com que ela não consiga tirar um tempo para cuidar de si. Culturalmente a mulher é sobrecarregada”.
A especialista acrescenta que se a mãe não está bem, não conseguirá desempenhar bem seu papel. “Com isso vêm problemas como a depressão pós-parto. É preciso valorizar e respeitar a maternidade e, principalmente, lembrar que antes de tudo ela é a mulher. A criança vem agregar e não transformar a vida da pessoa em um caos”.
Como fazer parte
Para fazer parte, basta entrar em contato pelo site.