“Acredito que tenho a obrigação de me colocar à disposição devido ao meu histórico”, diz Marcio Lacerda (PSB) quando perguntado por que deseja ser governador por Minas Gerais. O ex-prefeito de Belo Horizonte já visitou mais de 130 municípios mineiros a fim de instalar uma base consistente para a sua candidatura. “A nossa prioridade, no ano passado, foi percorrer o Estado e construir uma musculatura como pré-candidato baseada na formação de opinião das bases da sociedade mineira que estão nas cidades. Realizamos cerca de 500 reuniões e durante essa peregrinação, que eu chamo de aprendizado, nos propiciou conhecer mais pessoas, lideranças e aprender com elas”.
Para o pré-candidato, essa é a forma de ter um contato mais próximo com a realidade de cada local. “Minha trajetória e experiência de vida somada ao diálogo que tive com esse grande número de cidades levou a formação de uma imagem vinda de baixo para cima. Isso facilitou a formação de alianças que começaram a surgir em dezembro e, que a partir de agora, estão se afunilando”.
Durante as visitas aos municípios, Lacerda ressalta que há uma preocupação imediata do funcionalismo (prefeitos, vereadores e lideranças próximas dos programas sociais), com o atraso dos repasses, como na saúde e transporte escolar. “A economia mineira tem sofrido muito com a crise, visto que o Estado está bem abaixo da média nacional e que crescemos menos com a recessão nos últimos anos”.
Campanha
Como ainda não se sabe quais são os nomes que irão concorrer ao cargo de governador, pedimos para Lacerda avaliar como poderá ser a corrida ao Palácio. No entanto, ele ressaltou que não cabe a ele avaliar outros pré-candidatos, mas compete a cada um se apresentar e deixar a população fazer esse julgamento. “Devido à crise política e econômica que vivemos, acredito que pelo menos dois terços da população querem votar em um gestor com experiência comprovada e ficha limpa. Dessa forma, pretendo apresentar minha trajetória de família modesta do interior que veio para Belo Horizonte estudar e foi empresário por mais de 20 anos”. Lacerda ressalta que a sua experiência na militância de entidades de classe e a sua carreira política com cargos nos governos federal, estadual e como prefeito de BH só somam a sua pré-candidatura. “O que tenho a oferecer é uma trajetória de trabalho honesto e dedicado, visando o interesse público”.
Em relação aos projetos para a campanha, Lacerda almeja se apresentar de forma transparente. “Minas se encontra em uma situação considerada a pior de toda a sua história e o enfrentamento dessa situação exige projetos sem demagogia, populismo e sem promessas fáceis. Não haverá uma rápida recuperação da capacidade de investimento do Estado. Precisaremos de união da sociedade e de toda força política para retomar o desenvolvimento econômico. Eu defendo que se faça um planejamento estratégico de todas as microrregiões de Minas Gerais e que o governador seja o grande maestro desse projeto e de sua execução, focado essencialmente na geração de emprego e renda”.
Distante do PSDB
O nome do ex-governador do Estado e atual senador Aécio Neves (PSDB) no passado era bem vinculado a Lacerda, visto que Neves era considerado seu padrinho político. Contudo, o pré-candidato esclarece que Aécio precisa ter oportunidade como qualquer brasileiro de se defender na Justiça e se apresentar a população para disputar qualquer cargo, pois é um direito que ele tem. “Mas, com exposto até agora, houve um afastamento do PSDB nos últimos anos e não conto com eles como suporte a nossa pré-candidatura. No entanto, vejo com muita simpatia a manifestação de apoio de um grande número de prefeitos da sigla e de outros partidos que valorizam a minha experiência de presidente da Frente Nacional de Prefeitos”.
Alianças em debate
Perguntado sobre as siglas que podem apoiar sua candidatura, ele diz que ainda não irá citar quais são os aliados. “Posso dizer que chegaremos ao mês de abril com um número robusto de partidos”.
Em relação a composição da chapa, Lacerda salienta que será constituída de forma que represente ao máximo as alianças e redes de apoio pelo Estado e também locais fora da região metropolitana.
Já sobre os rumores de que o ex-deputado Dinis Pinheiro possa fazer parte da sua chapa, o ex-prefeito foi democrático em sua resposta. “Temos uma proximidade grande com Dinis que é uma pessoa de bem e que tem uma bela trajetória a serviço de Minas Gerais. Ele tem uma rede de aliados e apoio de vários partidos que veem com muito bons olhos a nossa proximidade. Tenho certeza que irá se concretizar em uma chapa majoritária”.