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Minas Gerais é o terceiro Estado com a gasolina mais cara no país

A pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) apenas confirmou o que os mineiros sentem no bolso há muito tempo: a gasolina está cara. Segundo o levantamento, Minas Gerais ocupa o terceiro lugar no ranking, com o valor médio do combustível de R$ 4,423 por litro, ficando atrás apenas do Acre (R$ 4,719) e do Rio de Janeiro (R$ 4,651).

O economista Gabriel Ivo afirma que o preço dos combustíveis variou nos últimos meses, porque houve uma mudança na política de ajustes. Ele conta que antes de junho de 2017, a cotação variava de acordo com a intervenção política que havia dentro da Petrobras e, a partir de agora, o reajuste é feito levando em consideração o preço internacional do petróleo. “Essa alteração foi muito boa, pois isso vai ajudar a diminuir a corrupção dentro da estatal e deixar que o mercado regule”.

Entretanto, Ivo reitera que o alto valor dos combustíveis não é fruto apenas dessa mudança, mas sim da tributação em cima desses produtos. Existem três impostos que incidem sobre a gasolina: Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), Pis/Confins e Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (Cide). “Minas Gerais é o Estado que mais aumenta o ICMS e, por isso, o preço do combustível está alto”.

No começo de fevereiro, a Secretaria de Estado da Fazenda de Minas Gerais anunciou o reajuste anual no ICMS, o que elevou ainda mais o preço dos combustíveis. A partir de agora, o motorista vai pagar em média R$ 0,08 a mais por litro. Segundo dados da ANP, essa foi a 13ª semana consecutiva de aumento. “O grande problema do combustível no Brasil são os impostos. Pagamos quase 50% do valor da gasolina em tributação”.

Outro fator apontado pelo economista é o fato do combustível ser um item essencial para a vida das pessoas, além de ser um produto que não tem como substituir. “Esta é uma crítica que estamos fazendo: como agora há paridade com o preço internacional, quando o barril de petróleo sobe, o valor da gasolina também aumenta, porém quando diminui não acontece nada. Ao invés de haver um desconto, há aumento de imposto e o preço permanece o mesmo”.

Mudança de hábitos
Segundo pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Fundação Ipead), a gasolina comum foi o segundo maior item que contribuiu para a inflação na terceira quadrissemana de janeiro, perdendo apenas para as excursões. Elas tiveram alta de 5,57% e 57,67%, respectivamente.

A contadora Lorena Aguiar conta que teve que mudar alguns hábitos para se adaptar a essa nova realidade. “Antes eu ia toda semana para a casa da minha mãe em Santa Luzia, agora vou a cada 15 dias. Além disso, quando saio sempre avalio o que fica mais em conta, ir de carro ou de Uber, e estou evitando compromissos longe de onde moro”.
Ela relata também que vai trabalhar todos os dias de carro e já sentiu a diferença no orçamento. “Eu gastava uns R$ 250 por mês com gasolina e atualmente esse valor praticamente dobrou. Estava abastecendo com álcool para aliviar o bolso, mas não vale a pena porque consumiu muito rápido”.

Já o assistente de engenharia Adriano Peçanha resolveu trocar o carro pela moto. Ele diz que já está fazendo autoescola para conseguir a habilitação A e espera economizar dois terços do que está gastando hoje. “Já mudei algumas coisas na minha vida, sempre pegava o carro para ir almoçar e agora estou levando marmita de casa. Ademais, trajetos próximos, opto por ir a pé e as saídas do final de semana também tem que ser planejadas de acordo com o que vou gastar de gasolina”.

Segundo seus cálculos, antes desses aumentos, ele gastava em média R$ 250 por mês e hoje esse valor chega a R$ 350. “Ainda estou vendo se vou me adaptar a moto, o investimento inicial é R$ 1.020 da inclusão na CNH e uma moto usada, que custa no máximo R$ 3.500”.

[box title=”” bg_color=”#eaeaea” align=”center”]O site Mercado Mineiro fez uma pesquisa de preço da gasolina nos postos de Belo Horizonte, Contagem, Betim, Ibirité e Nova Lima. As variações do valor do combustível foram:[/box]

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