As mulheres estão ocupando cada vez mais espaço nos diversos segmentos da sociedade e isso não é diferente no empreendedorismo. Segundo estudo feito pelo Sebrae, mais da metade das pessoas que estão à frente de um negócio com até 3,5 anos, no Brasil, são mulheres. Em 2015, elas representavam 49% dos empreendedores iniciais. No ano passado, já eram a maioria (51,5%).
Em Minas Gerais, a maior parte das mulheres no comando das micro e pequenas empresas têm entre 31 e 40 anos (30,5%), possuem ensino médio completo (38%), são casadas (65,8%) e já têm filhos (72,8%). Elas estão no controle, principalmente, de negócios nos setores de comércio (47,9%) e serviços (35,2%).
O estudo também mostrou que há diferenças no estilo de gestão entre homens e mulheres. De modo geral, elas estão mais preocupadas com a saúde da empresa e fazem mais controles financeiros que os homens. Jaqueline Lima, analista do Sebrae Minas, reitera que as empreendedoras possuem um perfil diferenciado. “Elas são mais cuidadoras, pensam na equipe e, quando estão em um projeto, não querem apenas ganhar dinheiro, mas também mudar a realidade onde estão inseridas”.
Mulheres no café
Formada em farmácia e com uma loja de sucesso, Marisa Contreras largou tudo para se dedicar a um ramo que, até então, era desconhecido: o café. Ela conta que há 10 anos, juntamente com o marido, comprou uma fazenda que, na ocasião, não havia nada plantado. Há 6 anos, Marisa abandonou sua vida na cidade e se mudou para a zona rural. “Eu não conhecia nada, mas mesmo assim resolvi arriscar. Comecei pesquisando sobre o assunto, assisti diversas palestras e fui me inteirando sobre o tema. O café transformou a minha vida e a de mais de 300 mulheres da comunidade”.
A Fazenda Capoeira, localizada em Areado, Sul de Minas Gerais, produz diversos produtos, como cafés especiais da Capoeira Coffee, além do serviço de transporte, o Coffee Tour, que transporta turistas e compradores para vivenciarem a experiência do grão até a xícara, mostrar os produtivos e a forma que é realizado o controle de qualidade. A novidade para o ano que vem será o lançamento de uma microfranquia, o Coffee Bar, que dará aos frequentadores uma experiência completa de cafeteira. Todo esse empreendimento rende, anualmente, R$ 2 milhões.
Dentro da fazenda há também uma cafeteria na qual Marisa treina e capacita as mulheres para comprar o que elas produzem. “O trabalho que faço é de encontrar oportunidades. O empoderamento feminino é fundamental e isso passa por oferecer a elas a chance de produzir sua própria renda. As mulheres, quando tem dinheiro, o primeiro lugar que melhora e fortalece é a família”.
Além do trabalho feito com a comunidade, ela realiza o “Encontro da Mulher do Café” que, neste ano, aconteceu no dia 22 de novembro e reuniu 300 mulheres de todo o país, na Fazenda Capoeira, para discutir o segmento.
Como forma de reconhecimento de toda essa empreitada, Marisa ganhou a prata no Prêmio Sebrae Mulher de Negócios 2017, na categoria produtora rural.
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