Minas Gerais possui uma estreita relação de negócios com Portugal. Prova disso é que o saldo da balança comercial entre mineiros e portugueses fechou 2016 com lucro de US$ 35,7 milhões. O total exportado somou US$ 44,5 milhões, enquanto que o importado foi de US$ 8,9 milhões. O café é o produto mais vendido para Portugal, no ano passado, o valor deste item somou US$ 18,8 milhões, tendo sido responsável por 41,6% da pauta mineira para o país.
No ranking, o segundo produto da lista de exportação são as peças para motores, representando US$ 10,9 milhões (23,9%) de participação, e o fio-máquina de ferro (aço não ligado) com US$ 7,43 milhões (16,7%). Em seguida, aparecem peixes congelados com US$ 1,21 milhão (13,7%) do total importado por Minas Gerais e, também, circuitos integrados e microconjuntos eletrônicos, com US$ 1,10 milhão (12,4%).
Já de acordo com dados oficiais do DataViva, o saldo da balança comercial entre o Brasil e Portugal fechou 2016 com superávit positivo para o nosso país. O total exportado pelo Brasil para Portugal somou US$ 650 milhões, ao passo que o valor importado foi de US$ 640 milhões. No ranking dos principais Estados brasileiros que exportam para as terras lusitanas, Minas Gerais ocupa o 5° lugar.
Essa relação é acompanhada de perto pela Câmara Portuguesa de Minas Gerais. Segundo o presidente Fernando Dias, a Câmara está sempre presente e ativa. “Temos um cruzamento muito bem orquestrado com as entidades do Estado e com os empresários indicados por elas”.
Para Dias, isso é de extrema importância, pois gera oportunidades efetivas de negócios. “Portugal quer exportar seus produtos e Minas é um potencial atrativo e tem interesse nessa relação comercial, empresarial e intelectual. Ou seja, abrange turismo, cultura e outras áreas. O país português é uma porta para a comunidade europeia. Isso elucida que, ao invés do empresário ir para Inglaterra ou França, vai para Portugal. Estamos mais próximos, é a mesma língua e uma vez lá, entrar em toda Europa fica mais fácil”.
De acordo com o presidente, esse intercâmbio sofreu impactos com a crise, contudo, o momento de recessão auxilia a um pensamento mais global. “A economia brasileira ainda passa por um período cautelar e precisa melhorar um pouco. Isso é um fator que dificulta no investimento externo. Mas existem diversas maneiras de contornar a situação, não devemos desanimar. Vivemos em um mundo globalizado e isso facilita tudo. Minas mudou muito, antes, só exportava. Hoje, importa, recebe, conhece e faz um intercâmbio”.
Ele acrescenta que, para o encerramento de 2017 e 2018, as expectativas para as relações Minas-Portugal são as melhores. “Em função da situação que o país se encontra, muitos mineiros tem buscado fazer negócios por lá, principalmente no mercado imobiliário. Antes, os que optavam por comprar casa na Flórida ou nos EUA, hoje buscam Portugal. Seja para investimento ou segunda residência”.
Premiação
A fim de estreitar ainda mais essa relação, a Câmara homenageia, por meio do prêmio Destaque Empresarial Luso Mineiro, personalidades que fazem a diferença no intercâmbio. “O propósito do prêmio é o reconhecimento a um cidadão que faz grandes feitos nessa ligação, auxiliando na criação de oportunidades entre os dois países. A Câmara criou uma comissão que envolveu algumas entidades de classe e, nela, nós decidimos quem será homenageado”.
A entrega será no dia 22 de novembro e, este ano, o homenageado será o diretor-presidente da Construtora Brasil, Rafael Vasconcelos. Para o representante da Câmara, trata-se de uma empresa que pode dar a Minas algo que ela já foi: celeiro de grandes construtoras mineiras.
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