As corridas de rua têm ganhado o coração dos brasileiros nos últimos anos – que por sua vez estão preocupados em alcançar uma vida mais saudável. Segundo a pesquisa do Ibope, mais de 6 milhões de pessoas no país praticam a corrida como forma de atividade esportiva preferida. E não é preciso procurar muito para localizar os corredores de plantão: eles estão nas praças, orlas, parques e vias se exercitando.
Provando essa tendência, o Ministério do Esporte relatou em seu Diagnóstico Nacional do Esporte, em 2015, que a modalidade já atinge 6,5% dos brasileiros, sendo 11,90% de homens e 4,20% de mulheres – um número interessante, vindo do país do futebol. Com isso, a prática da caminhada já ocupa o primeiro lugar na preferência nacional com 45,7%.
A educadora física Zullyane Oliveira afirma que essa atividade está crescendo, porque o custo é baixo e não é preciso um tempo certo ou horas limitadas em um espaço. “A corrida pode ser praticada em qualquer lugar e horário”, explica.
Cuidados
A educadora diz ainda que o bom senso deve ser levado em consideração para quem quer praticar a modalidade. “Se a pessoa tem um desconforto ou patologia nos joelhos ou quadril, é preciso passar por um especialista para avaliar a condição física para ser liberado para a corrida. É necessário ter muito cuidado com a pressão arterial”.
Ela indica a utilização de roupas adequadas – de preferência tecidos sintéticos que são mais leves e, principalmente, que o corredor não se esqueça do protetor solar. “O tênis deve ser levinho e de pisada neutra, porque não existe na literatura respaldo científico que especifique o tênis ideal para pisada supinada (o pé toca o solo com a face externa do calcanhar e se mantém na banda externa do pé) ou pronada (quando a parte de fora do calcanhar toca no chão, o pé inicia uma rotação excessiva para dentro)”.
Zullyane recomenda que o futuro atleta comece correndo e faça intervalos com um volume menor. “Não exagere! Corra um minuto e caminhe um minuto, sempre usando o bom senso e respeitando os limites do seu corpo! Depois vá aumentando progressivamente a intensidade. E sempre se hidrate antes de uma corrida”, sugere a educadora.
Passos largos
A analista financeira Emmanuelle Ferreira pratica o esporte há 3 anos. Ela conta que começou a correr com o intuito de emagrecer, mas a sensação foi tão boa que isso tornou um hábito. “O desafio de melhorar a performance em cada corrida e reduzir o tempo é muito prazeroso”, afirma.
Ela diz que já participou de mais de 10 corridas. “Teve uma em Contagem. E já fui de pipoca (pessoas que correm eventos sem inscrição), mas todas eram pagas. Ainda não vi nenhuma gratuita na região”.
O funcionário público Hebert Alves Gomes também começou a praticar o esporte há 3 anos e conta que participa de quase oito eventos de corrida por ano. “Antes eu tinha uma vida muito sedentária. Não conseguia fazer nada sem me cansar. A corrida veio naturalmente, pois, para mim, era o meio mais fácil de começar: eu só precisava de um tênis e a rua”, explica.
No entanto, Hebert admite que, assim como muitos, começou errado. “Não fiz um planejamento com um profissional e, com isso, quando fui aumentar minha carga de corrida meu joelho não aguentou, fiquei um tempo parado e tive que entrar na academia”.
Para ele, as corridas de rua poderiam ser maiores, contudo ele alerta que os preços estão muito altos para quem quer competir. “Com isso está aumentando o número de corredores que não pagam e participam. Na última São Silvestre, por exemplo, teve tantos participantes que no final faltou água”, aponta.
Eventos
Na capital, os eventos de corrida estão em franco crescimento. No portal CorreBH, o calendário de eventos de maio a dezembro tem mais de 20 eventos marcados na cidade e na região metropolitana. No dia 4 de junho, será realizada a Meia Maratona Internacional de Belo Horizonte. A largada e chegada será na Praça Nova da Pampulha, e a modalidades são: 21km, 10km e 5km. A compra dos ingressos pode ser realizada até o dia 3 de junho, no site www.meiamaratonadebh.com.br.