Quem precisar usar táxi em Juiz de Fora deve preparar o bolso. Isso porque a tarifa do serviço sofreu um aumento de 6,68%, conforme decreto nº 12.962. O reajuste está de acordo com a Lei Orgânica do Município e considera o preço dos insumos e o que foi discutido e apresentado em audiência pública realizada no dia 18 de abril na Câmara Municipal. Os novos valores ainda não foram repassados ao usuário, pois é necessário realizar a aferição dos taxímetros. No entanto, a informação do aumento tem desagradado a população que não enxerga qualidade na prestação do serviço.
A bandeirada que custava R$ 5,22, passou para R$ 5,58. Já a bandeira I passou para R$ 2,79 e a bandeira II para R$ 3,34. O preço da hora parada subiu R$ 1,62, passando para R$ 24,98. A nova tarifa foi calculada pela Secretaria de Transporte Trânsito (Settra) a pedido do Sindicato dos Taxistas de Juiz de Fora e aprovada pelo Conselho Municipal de Transporte e Trânsito. O aumento foi menor que no ano passado, quando chegou a 10,6%.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Taxistas, Aparecido Fagundes, o que mais pesa para o reajuste da tarifa é o combustível, mas como no ano anterior esse item não alterou muito seu preço, o valor ficou abaixo do ano passado. “Entre outras coisas que favorecem o aumento são os elementos que o carro consome, como acessório, pneu, manutenção, despesas com impostos, bem como o salário do motorista. Além disso, em torno de 20% da frota vai ter que usar câmera, biometria e rastreador, o que onera ainda mais o preço da tarifa”.
Fagundes salienta que os táxis ainda não estão rodando com os novos valores, mas a previsão é de que no máximo até dia 2 de junho esteja corrigido. “A frota passará por inspeção do Instituto de Metrologia e Qualidade do Estado de Minas Gerais (Ipem-MG), que além da verificação, também fará a aferição dos taxímetros para atualizar os valores tarifários”. Ele explica que o processo começa no dia 15 de maio e é feito seguindo a numeração da placa.
Bandeirada mais cara
O Edição do Brasil fez uma comparação dos valores das tarifas de táxi praticadas em algumas cidades de Minas Gerais, com população acima de 350 mil habitantes. Juiz de Fora é a que possui a bandeirada mais cara.
Comparativo de tarifas
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Fagundes explica que a bandeirada é correspondente a duas vezes o valor da bandeira I. “Ela é necessária porque o taxímetro só marca a ida, então é um valor cobrado para auxiliar o taxista na volta até o ponto de partida”. Ele defende que cada município tem o seu critério para estabelecer o valor inicial da corrida. “Em Juiz de Fora também está relacionada com a demanda de usuários. Já em outras cidades, ela pode ser mais barata, porém o índice de passageiros é maior e o quilômetro rodado é mais caro”, finaliza.
Preço x Qualidade
Com a notícia do aumento, muitos usuários reclamam que a qualidade do serviço oferecido não vale o preço cobrado. Para a cabeleireira, Patrícia Gouvea, o reajuste é justo. “Concordo com o valor de aumento, mas que pelo menos funcione direito. Nos últimos dias já peguei táxi com o banco da frente quebrado e motorista que se recusou a fazer a corrida afirmando que o valor não compensava para ele”, conta.
O comerciante Luiz Campos toca na questão do conforto. “Quando está fazendo muito calor, dificilmente consigo pegar um táxi que tenha ar condicionado. Também já aconteceu de eu entrar no veículo e ele estar fedendo a cigarro. Isso é muito desagradável com o passageiro”. Já a dona de casa, Rosa Maria Oliveira, afirma que falta táxis na cidade quando chove e que com a crise, esse aumento vai espantar o usuário. “Eu sei que tudo aumenta e até concordo, mas eles têm que pensar no passageiro, porque está difícil para todo mundo”, diz.
Em 2015, a prefeitura realizou uma licitação para melhorar a qualidade do serviço e aumentar a frota de táxis em 20% na cidade, chegando a 650 o número de veículos. Além disso, o processo determinava que os novos automóveis oferecessem maior conforto e tivessem ar condicionado, taxímetro com biometria e sistema de vigilância por câmeras para garantir a segurança dos usuários e taxistas. A vida útil dos veículos também passaria de 13 para 6 anos.