Não é novidade que uma relação sexual desprotegida pode trazer grandes riscos para a saúde. Mas, quando se aproxima do Carnaval, várias pessoas parecem se esquecer disso. A responsabilidade é, por muitas vezes, deixada de lado e, por consequência disso, aumenta-se em 20% a procura por exames que constatam as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) nas semanas seguintes a folia.
Para tentar amenizar isso, várias campanhas são feitas para conscientizar as pessoas da importância do sexo seguro. Até o início do Carnaval, o Ministério da Saúde vai distribuir 77 milhões de preservativos em todo o Brasil. Em Minas, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), lançou uma campanha com o slogan “No Bloco da Saúde só vai com camisinha”.
De acordo com a coordenadora do departamento de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), AIDS e Hepatites Virais do Estado de Minas Gerais, Jordana Costa Lima, a proposta é importante porque é destinada aos foliões. “Lembrar as pessoas que as ações de educação em saúde devem ser mantidas também na folia. A exacerbação no Carnaval, leva o indivíduo à perda da capacidade de responsabilização com a sua saúde. Então, o nosso objetivo é conscientizar a população de que o preservativo ainda é a maneira mais eficiente de prevenir contra todas as infecções sexualmente transmissíveis”.
A coordenadora frisa que são feitas ações de prevenção durante todo o ano, e não só no Carnaval. “A coordenação estadual, juntamente, com o Serviço de Assistência Especializada (SAE) e o Centro de testagem e Aconselhamento (CTA) do Estado, realizam campanhas de prevenção/promoção por meio de atividades itinerantes, com a realização de testes rápidos, entrega de preservativos (masculino e feminino) e gel lubrificante. As Unidades Básicas de Saúde de todo o Estado recebem mensalmente preservativos masculinos para distribuição gratuita para a população geral”.
DSTs no Brasil
As doenças sexualmente transmissíveis (DST) são consideradas como um dos problemas de saúde pública mais comuns em todo o mundo. As estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), é de que anualmente 937 mil são infectadas com Sífilis, 1.541.800 com Gonorreia, 1.967.200 com Clamídia, 640.900 Herpes Genital e 685.400 com HPV. Já o HIV teve uma pequena queda de 2010 até 2015: de 2,2 milhões para 2,1 milhões.
O infectologista e professor da Faculdade de Medicina da UFMG, Dirceu Greco, aponta que o preservativo é a principal e mais eficaz, maneira de prevenir todas essas doenças. Ele explica ainda que os meios em que elas podem ser transmitidas. “A principal é relação sexual com penetração, que não precisa ser necessariamente vaginal, mas anal e oral também. Algumas dessas doenças, principalmente a Sífilis pode ser transmitida pelo ato de relação íntima sem que haja penetração”.
Greco faz um alerta a respeito da proteção na hora da relação sexual. “Não dá para achar que o outro vai pensar em te proteger. A pessoa deve ter certeza de que deve ser protegida. O risco é individual. É preciso ter o conhecimento, a capacidade para tomar a decisão, o preservativo na mão”, conclui.