A disputa no segundo turno pela Prefeitura de Juiz de Fora não está acirrada como aconteceu no pleito municipal anterior. Em recente pesquisa de intenção de voto divulgada pelo Ibope, o atual prefeito e candidato à reeleição Bruno Siqueira (PMDB), aparece com vantagem sobre a deputada federal Margarida Salomão (PT). O levantamento aponta que o peemedebista teria 54% dos votos e a petista somaria 25%.
Caso fossem considerados apenas os votos válidos, excluindo os brancos, nulos e eleitores indecisos, a diferença entre os dois seria ainda maior: Bruno teria o apoio de 68% e Margarida 32%. O instituto realizou o mesmo cálculo feito pela Justiça Eleitoral para o resultado oficial da eleição. O desempenho de Bruno, se confirmado nas urnas no dia 30 de outubro, será semelhante ao registrado no pleito de 2012, quando o atual prefeito obteve pouco mais de 57% dos votos.
O nível de confiança da análise é de 95% e a margem de erro é de 4 pontos percentuais para mais ou para menos. Foram ouvidos 602 eleitores entre os dias 10 e 12 de outubro. A pesquisa foi encomendada pela TV Integração e está registrada no Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) sob o número MG-00184/2016.
Durante o primeiro turno, o Ibope realizou duas simulações de um confronto entre Bruno e Margarida no segundo turno. Na primeira análise, divulgada no dia 16 de setembro, o peemedebista aparecia com 43% das intenções de voto e a petista com 39%. A segunda pesquisa, publicada no dia 30 de setembro, o atual prefeito receberia o apoio de 49% do eleitorado e a deputada 33%.
O candidato à reeleição Bruno Siqueira defende as ações realizadas durante seu mandato e mantém seu discurso focado na continuidade. A deputada federal Margarida Salomão deseja a mudança no atual modelo de gestão. Para entender o atual cenário político de Juiz de Fora, o Edição do Brasil conversou com o cientista político Cristiano Santos.
Para ele, a definição dos votos tem a ver com uma série de fatores. Santos salienta que a rivalidade entre PMDB e PT no âmbito nacional tem impactado muito pouco nas eleições em Juiz de Fora. “O atual prefeito e a deputada federal não tem tratado sobre a política nacional. Dessa forma, o tema tem baixa influência na disputa eleitoral e não é um dos elementos decisivos para o resultado até o momento”, analisa.
O cientista político considera que essa é uma eleição morna e que não tem despertado o interesse dos eleitores. Segundo ele, grande parte disso se deve ao posicionamento dos postulantes. “Apesar das dificuldades em conseguir recursos e desenvolver grandes obras é inadmissível candidatos a prefeito de um município como Juiz de Fora, com mais de 500 mil habitantes, não conseguirem propor alguma coisa inovadora para cidade. Nenhum dos candidatos consegue realizar um proposição efetiva sobre o que pretendem fazer nos próximos 4 anos. Eles não discutem de fato como melhorar, apenas fazem uma constatação do problema”.
Em relação aos votos brancos e nulos, ele considera que a porcentagem já era esperada. Sobre as abstenções, Santos diz que está ligada à falta de interesse da população pela política. “A geração dos anos 1980 se empenhava mais na política à medida que as crises se tornavam agudas. O interesse se dava nos momentos mais difíceis. A geração atual tem se mostrado desinteressada no momento em que estamos passando por uma crise política”.