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Saiba como evitar acidentes domésticos durante isolamento

Com as aulas suspensas e a maioria dos pais trabalhando no regime de home office, para tentar frear o avanço dos casos da COVID-19, famílias inteiras estão passando mais tempo dentro de casa. Por isso, o risco de ocorrerem acidentes domésticos pode aumentar, principalmente entre as crianças e os idosos. Sendo assim, os responsáveis precisam redobrar ainda mais a atenção e os cuidados.

Conforme o sargento do Corpo de Bombeiros Allan Azevedo, as ocorrências mais comuns envolvendo crianças são afogamentos, queimaduras, quedas e intoxicações. “A cozinha é onde acontece cerca de 80% dos relatos. A recomendação é usar as bocas de trás do fogão, deixar os cabos das panelas para dentro e manter a tampa de vidro abaixada quando não estiver cozinhando. É um local que deve ser sempre evitado pelos pequenos”, afirma.

Ele também reforça os cuidados com as tomadas elétricas. “Se a criança estiver com um objeto metálico nas mãos e inserir no dispositivo, pode acabar tomando um choque. Existem protetores baratos e facilmente encontrados no mercado. Mas caso não tenha, passar fita isolante ou arrastar algum móvel da casa para tampar a tomada são ótimas medidas de segurança”.

Com o distanciamento social, equipamentos eletrônicos são frequentemente utilizados. “Nunca deixe os cabos carregadores presos na tomada. O interruptor da ponta é energizado e a criança pode levar na boca e receber uma descarga elétrica. Também não deixe o ferro de passar ligado, pois a temperatura e a eletricidade podem causar acidentes”.

Os acidentes com água e objetos pontiagudos e cortantes também podem ser prevenidos. “Não deixe a criança sozinha na banheira ou no chuveiro, assim como perto de piscinas. Essas atividades precisam ser acompanhadas pelos responsáveis. Mantenha longe do alcance dos pequenos objetos como tesouras, facas, garfos, pratos e copos de vidro, entre outros”.

Entre outras dicas, ele cita os cuidados com os produtos de limpeza como sabão, detergente, água sanitária e soda cáustica. “Eles devem ser colocados em local mais alto ou bem trancado, pois as crianças são curiosas e podem acabar colocando a mão ou levando aos olhos e à boca. Isso pode causar uma grave irritação, queimadura ou intoxicação”.

Os itens inflamáveis ou perigosos também devem ser guardados em locais de difícil acesso. E, por conta da pandemia, há um novo perigo dentro de casa. “O álcool, um dos produtos que causa queimadura e irritação. A sua versão líquida está liberada, temporariamente, para suprir a demanda diante da crise da COVID-19. O cuidado no uso e armazenamento deve ser redobrado”.

E para evitar quedas, a dica é fechar o acesso às escadas e colocar redes de proteção, principalmente para os pequenos que estão engatinhando ou começando a andar. A mesma medida de segurança também serve para as janelas e sacadas. “Em caso de urgência ou emergência, a orientação aos pais ou responsáveis é manter a calma, acionar o Corpo de Bombeiros pelo 193 ou comparecer a um posto médico mais próximo”, explica.

Cuidados com os idosos
Ainda segundo o sargento, as ocorrências envolvendo a população idosa estão relacionadas às quedas. “Por estarem em casa, acabam criando outras atividades para passar o tempo e que podem gerar acidentes. A principal dica é evitar os serviços pesados. Caso não seja possível, peça ajuda e sempre use os equipamentos de proteção adequados”.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), um terço dos idosos acima dos 65 anos sofre, a cada ano, pelo menos uma queda. Para o geriatra José Reinaldo, a frequência de tombos, muitas vezes, se deve a uma resistência física menor. “Com o passar dos anos, eles ficam mais sujeitos a fraqueza muscular. A idade também é marcada pela dificuldade de visão e equilíbrio, sendo extremamente importante mais atenção e cuidado com essas pessoas. Além disso, com toda essa questão da pandemia acontecendo, ficam mais preocupados e desorientados”.

A principal recomendação do geriatra para evitar os riscos é promover um ambiente mais seguro. “Algumas alterações podem ajudar como ter uma boa iluminação nos cômodos, não deixar tapetes soltos pelo chão ou objetos espalhados na área de circulação, superfícies irregulares e fios soltos de aparelhos eletrônicos. Também é importante tomar cuidado com as quinas pontiagudas, pois podem se desequilibrar e buscar apoio em algum móvel que esteja ao alcance. Além disso, calçados ou chinelos inadequados são um perigo”, finaliza.

A aposentada Tereza Leonel, 71 anos, passou por um susto recentemente. Ela estava brincando de bola com o neto, quando tropeçou em um brinquedo no chão e levou um tombo. “Tudo aconteceu muito rápido, não deu tempo de tentar me segurar em nada. Bati o rosto no chão com muita força e o local começou a ficar roxo pouco tempo depois. Minhas filhas ficaram desesperadas e chamaram o resgate. Fiz alguns exames de radiografia e, graças a Deus, não tive nada grave. Tenho tomado mais cuidado depois do ocorrido”.