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Doenças cardíacas são mais comuns no inverno

“Estava em casa, indo dormir, quando comecei a perder o ‘jogo’ da mão e não conseguia mais segurar direito a xícara. Falei com a minha filha que estava me sentindo estranho e, no outro dia, fui ao médico, que diagnosticou que eu tinha sofrido um mini-AVC”. Esse é o relato do aposentado Evandro Teixeira, 89 anos, que sofre com problemas cardíacos e de circulação há mais de 15 anos.

Fumante desde os 13 anos, Teixeira sente agora os efeitos do vício. “Já tive três AVCs e um derrame, além do fato de que, às vezes, não me sinto bem. Tenho dificuldades para caminhar, porque o ‘jogo’ da perna não está bom. E, antes do último incidente, estava tossindo muito”.

No inverno, a palavra de ordem é se prevenir contra as doenças respiratórias, entretanto, as cardíacas também podem aparecer com mais frequência. Mais comum do que imaginamos, a incidência dessas enfermidades pode aumentar de 20% a 25% durante esse período, segundo pesquisa realizada pela American Heart Association (Associação Americana do Coração).

De acordo com a cardiologista e especialista no tratamento de arritmias cardíacas, Karina Cindy de Oliveira, são vários os fatores que podem potencializar o aparecimento dessas doenças na estação mais fria do ano. “No inverno, a ingestão de líquidos diminui e, consequentemente, tem-se uma redução nos calibres dos vasos sanguíneos. Umas das consequências é a formação das placas de gordura dentro das artérias, o que pode levar a uma obstrução”.

Outro fator que aumenta a ocorrência de doenças cardíacas nesse período é a falta de atividades físicas. “Além disso, também é um momento em que as pessoas comem muitos alimentos gordurosos e o risco cresce para aquelas que já possuem algum problema cardíaco ou que tenham idade acima dos 60 anos e apresentam colesterol elevado, hipertensão arterial, diabetes ou são tabagistas”, explica a especialista.

Ademais, as doenças respiratórias também podem contribuir com o aparecimento das cardíacas. “A sobrecarga no sistema circulatório causada por infecções respiratórias, como gripes e resfriados, agride o chamado endotélio – superfície de recobrimento mais interna dos vasos sanguíneos -, que se torna suscetível a problemas como a trombose, acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio ou ataque cardíaco. É indicado que os pacientes com insuficiência cardíaca se protejam do frio, principalmente, quando submetidos a temperaturas inferiores a 15º Celsius, usando agasalhos, luvas e cobrindo o rosto, e ainda mantenham bons hábitos de higiene, como lavar as mãos e evitar ambientes muito aglomerados, fechados e sem ventilação, para que sejam evitadas as doenças respiratórias”.

Prevenção
A médica explica que a prevenção para as doenças cardíacas é a mesma que se faz no resto do ano, como, por exemplo, uma alimentação balanceada, atividades físicas, entre outros. Porém, durante o inverno, ela recomenda também a vacinação contra a gripe (disponível no SUS) e pneumonia (encontrada apenas na rede privada).