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Mercado pet faturou quase R$ 33 bilhões no ano passado

Os animais de estimação são membros da família e, como tais, as preocupações e gastos com eles só aumentam. Segundo dados do Instituto Pet Brasil, em 2017, o mercado pet faturou R$ 32,92 bilhões, crescimento de 5,8% em relação a 2016, quando o segmento arrecadou R$ 31,11 bi.

Ainda de acordo com a entidade, o destaque está no varejo especializado (pet shops), que representa a maior fatia no desempenho do setor, com saldo de R$ 26,61 bilhões, venda direta de animais pelo criador ao tutor, com R$ 3,39 bilhões; e varejo alimentar (alimentos vendidos em supermercados), com R$ 2,03 bilhões (representa 6,1% do canal de vendas). Além disso, pela primeira vez, as vendas eletrônicas fizeram parte da metodologia, representando 2,7% do faturamento total. Entretanto, os pet shops físicos ainda são o grande canal de compras, com índice de 80,9% de preferência do consumidor.

Segundo o presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), José Edson de França, o ano passado também ficou marcado pela acentuada profissionalização do setor, o que gerou esse bom resultado. “Serviços de dog walker, creches e outros cuidados têm ganhado mais espaço, criando um filão de mercado dentro dos serviços para animais de estimação, indo além do banho e tosa”, informa.

Entraves
França afirma que, mesmo em tempos de crise, os tutores diminuem o investimento, mas não deixam de investir no pet. “O público não deixou de comprar, mas passou a escolher produtos de categorias padrão, ao invés de premium. Isso, aliado à alta de preços causada pela inflação e aumento de impostos, faz com que o setor enfrente dificuldades. O aumento de volume de negócios ao longo de 2017, em torno de 3%, foi muito influenciado por itens mais baratos”, revela.

Outro desafio enfrentado pelo mercado pet é a alta tributação dos produtos. “Apesar de uma fonte de alimentação completa e balanceada ser essencial para a qualidade de vida e bem-estar dos animais, os alimentos ainda são considerados ‘supérfluos’ pelo sistema de tributação. O resultado é que entre IPI, ICMS e PIS/Cofins, as taxas dessa indústria chegam a 51,2% do preço total. Ou seja, a cada R$ 1 pago pelo consumidor, mais de R$ 0,50 centavos são compostos somente de impostos”.

E, para este ano, espera-se mais avanço do setor. “O nosso potencial de crescimento é gigantesco. O Brasil é o terceiro maior mercado do mundo para produtos voltados aos animais de estimação, atrás apenas dos Estados Unidos e Reino Unido”, finaliza.

De olho no mercado
Para atender a essa demanda, Marcelo Zamana trouxe para Minas Gerais a primeira Padaria Pet do estado. Inaugurada em janeiro, o seu faturamento mensal chega a R$ 12 mil. “Eu e minha esposa estávamos querendo investir em algo com valor agregado. A nossa intenção é que os pets levem os donos para a padaria e não o contrário”.

O local oferece vários serviços, desde produtos alimentícios, boutique, veterinário, serviços de higiene e estético. “No setor de alimentos, é possível encontrar sorvete, gelatina, cupcakes, biscoitos, cervejas, café, pipoca e também estamos atentos às épocas do ano: na Páscoa tivemos ‘ovo’ e no Natal teremos panetone. Além disso, as comidas são naturais e certificadas pelo Ministério da Agricultura”.

A Padaria Pet também oferece um local para fazer festa de “auniversário” e piscina de bolinhas para o cães se divertirem.

Outra pessoa que também está de olho nesse mercado é a psicóloga Priscila Mendonça que, nas horas vagas, é fotógrafa pet. “Desde criança faço resgates de bichos de rua e dediquei boa parte do meu tempo livre com eles. Nesse mesmo período, me apaixonei pela fotografia e na hora de escolher o nicho que queria trabalhar não tive dúvidas: fotografar os pets”.

Ela ainda não conseguiu largar o seu emprego de carteira assinada para se dedicar exclusivamente, mas isso está nos seus planos. “Esse é um mercado que tem crescido bastante, porque os pets são parte da família e ocupam um papel importante na vida das pessoas. O ensaio pet pode ser feito em vários formatos e diferentes locais”, conclui.