Com o dia a dia cada vez mais corrido e o mercado de trabalho exigente, os brasileiros estão buscando alternativas para tentar se adaptar a essa realidade. Um exemplo disso é que, segundo pesquisa realizada pela Catho, em 3 anos, houve crescimento em todas as modalidades de ensino, sendo que o maior aumento foi nos cursos de MBA – em 2014, apenas 4% optavam por essa categoria e em 2017 eram 28%.
[table “” not found /]Para o gerente de marketing da Catho Fernando Gaiogatto, a possibilidade de estudar online e em qualquer lugar, excluindo a necessidade de locomoção para um espaço destinado às aulas, contribui para o aumento de alunos matriculados em cursos EAD. “Além do mais, essa modalidade, por não ter que gastar com uma estrutura física para receber os alunos, possui mensalidades mais baratas. Geralmente, os valores são de 30% a 50% menores”.
Outro fator positivo é que os diplomas de conclusão do curso são semelhantes entre o EAD e presencial. “As pessoas tem receio de que o mercado não aceite o certificado, mas isso não existe. Acredito que essa modalidade pode ser uma alternativa para a concentração da educação que temos no país. Hoje, os polos educacionais estão nas grandes cidades e com a EAD as pessoas podem estudar em qualquer lugar e hora”.
A professora de pedagogia do Centro Universitário Estácio de Belo Horizonte Ana Paula Cavalcanti acredita que esse modelo de ensino não traz prejuízo para o aluno em relação ao conteúdo ministrado. “Tem que haver a congruência de dois fatores: a instituição tem que ter um bom material didático, com uma boa área virtual e professores que entendam como funcionam as aulas EAD. Já o aluno precisa ser autossuficiente e procurar o conhecido para além das videoaulas. Sinto que quem faz um curso a distância corre atrás do conteúdo e aquele que está no presencial é mais passivo”.
Experiência com EAD
O gerente comercial Humberto Rodrigues formou em história na Universidade de Uberaba (Uniube) há 3 anos. Ele conta que escolheu esse curso porque sempre se interessou pela disciplina no colégio e optou por fazer a distância pela flexibilidade e economia. “Ela é uma grande faculdade, porém o curso em si não é dos melhores. Daria uma nota 7 ao corpo docente e 5 para o conteúdo”.
Rodrigues conta que foram 4 anos de dedicação e disciplina. “Foram finais de semana intensos de muito estudo e empenho. Para quem quiser fazer essa modalidade de graduação, o requisito básico é a disciplina. Os conteúdos são passados e você tem prazos para entregar. Além disso, nem todos os cursos terão a mesma qualidade quando ofertados a distância”.
Questionado se faria outro curso EAD, o gerente comercial afirma que não. “O contato com alunos e professores é muito saudável. Na minha graduação, aproveitando o trocadilho, apesar de ser um curso a distância, acho que os professores ficam literalmente distantes. Só tive contato com a coordenadora uma vez, quando ela esteve em BH. No mais é tudo online, o que, de certa forma, torna as relações impessoais”.
O funcionário público Hebert Gomes começou a pós-graduação em engenharia de software logo após concluir o curso de engenharia eletrônica e de telecomunicações em 2014. Ele relata que queria fazer algo que completasse o que havia aprendido na faculdade e que, principalmente, mexesse com a produção de software, entretanto não foi isso que aconteceu. “A pós focava apenas em gestão de pessoas e eu não queria isso”. Após 2 meses, Gomes decidiu sair. “Estava pagando por algo que não aproveitava. O curso não foi nada do que imaginava e os professores não eram bons”, finaliza.