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Turistas estrangeiros gastaram no Brasil US$ 6,62 bilhões em 2024

É a maior cifra registrada para o período desde 1995 / Foto: Rovena Rosa-Agência Brasil

 

De acordo com dados do Ministério do Turismo, Embratur e Polícia Federal, até novembro de 2024, o valor gasto pelos turistas estrangeiros no país somou US$ 6,62 bilhões, sendo a maior cifra registrada para o período desde 1995. O índice é 5,3% superior ao de 2023 (US$ 6,29 bilhões) e ultrapassa o montante, da mesma época, em 2014 (US$ 6,30 bilhões), quando o país sediou a Copa do Mundo de Futebol.

Segundo o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, os resultados são um acerto do trabalho realizado pela Agência nos últimos dois anos. “Conseguimos estruturar a promoção do Brasil no exterior com programas e projetos inovadores, e que estão sendo copiados mundo afora. É uma política eficiente e o resultado quem sente é o povo brasileiro em cada região do país. Esse crescimento expressivo que tivemos em 2023 e 2024 vai se manter nos próximos anos, e o turismo brasileiro começa a virar uma página importante de deixar de ser um potencial para se tornar uma realidade”.

Para o economista Ricardo Paixão, o índice para a economia do Brasil é excelente. “Esse recurso movimenta uma cadeia muito grande, gerando uma quantidade significativa de vagas de trabalho no país. Quanto mais dinheiro os turistas gastarem aqui, mais emprego e renda para a nossa economia, mobilizando e gerando o que nós chamamos de força motriz que possibilita o crescimento econômico”.

 

Índice de turistas

Conforme a mesma pesquisa, 2024 foi o melhor da história para o turismo internacional no Brasil. O país alcançou a marca recorde de 6.657.377 turistas estrangeiros no ano, aumento de 12,6% em comparação ao ano anterior. Os estados de São Paulo (2.207.015), Rio de Janeiro (1.513.235), Paraná (894.536) e Rio Grande do Sul (879.412) foram as principais portas de entrada dos visitantes estrangeiros.

Os argentinos continuam liderando o volume de visitantes internacionais que chegam ao Brasil, foram mais de 1.953.548 argentinos que desembarcaram no país. Os Estados Unidos ocupam a segunda posição, com 696.512 turistas, os chilenos vêm logo atrás, com 651.776 visitas. Já os vizinhos Paraguai e Uruguai, juntos, somaram mais de 833.412 visitantes.

O economista explica que o país ter uma dimensão continental é um dos fatores que contribuem para o crescimento do setor. “Nós temos uma gama de possibilidades para o turista estrangeiro extraordinário. Outro ponto que podemos citar é o efeito da moeda americana mais valorizada. Com a troca de dólares por reais acaba sendo mais vantajoso, e incentiva o turismo, pois o turista é beneficiado”.

Paixão acredita que os números do segmento continuarão a crescer. “Porém, nós temos que fazer mais, precisamos de ter uma ação coordenada do governo, sociedade civil e o setor privado, porque o turismo auxilia a todos, impacta positivamente em todos os agentes econômicos. Acredito em crescimento, mas acho que o poder público, que é o ator principal nesse processo, tem que coordenar, de maneira mais eficiente, para que tenha uma divulgação mais ampla”.

O ministro do Turismo, Celso Sabino, por meio de nota, destaca que o crescimento no número de visitantes internacionais é uma das principais metas do Plano Nacional de Turismo (PNT) 2024-2027. “Que tem como objetivo consolidar o Brasil como o principal destino turístico da América do Sul. Nossa expectativa é superar a marca de 8,1 milhões de turistas estrangeiros por ano, gerando mais de US$ 8,1 bilhões em receitas e fortalecendo ainda mais a economia nacional”.

 

Investimentos

Para 2025, o governo federal anunciou que os novos editais regionalizados do Programa de Aceleração do Turismo Internacional têm previsão de R$ 63,6 milhões em investimentos para a atração de novos voos em rotas nacionais. A expectativa é que sejam ofertados pelo menos 500 mil novos assentos no período de um ano. Esse número já impacta o recorde de assentos de voos internacionais para a temporada de verão 2024/2025: serão 7,48 milhões, um crescimento de 19% em comparação com o período de 2023/2024.