Está aberta a temporada de caça ao Papai Noel. Época de dar e ganhar presentes. Dos mais caros aos mais modestos. A moda é presentear. A data perde o sentimento religioso e ganha o espaço comercial. Para isso, lojistas investem em decoração e ofertas para atrair o maior número de consumidores. Alguns entram no ramo nesta época, abrindo suas lojas apenas para aproveitar o tempo de consumismo. Em quase todos os shoppings de Belo Horizonte, as lojas já estão prontas, assim como a decoração do ambiente, com a possibilidade de até mesmo nevar em seu interior.
É um atrativo a mais para as crianças, sobretudo aquelas mais afortunadas, que brincam com o piscar das luzes e das cores do Natal. De cara é tudo apenas para ver, para consumir só depois de passar o susto pelos preços cobrados. Na parte de decoração, uma das lojas abertas para funcionar neste período, especializada em artigos natalinos, tudo é de encher os olhos, mas de trancar os bolsos.
Pagar R$ 2.700 por uma árvore de Natal chega a ser insano. Uma borboleta iluminada de LED e que bate as asas lentamente custa a bagatela de R$ 3.200. Parece que estamos vivendo na ilha da fantasia. Quando passamos para os presentes chega a ser assustador, tudo está sendo financiado em até 18 meses. Não só eletroeletrônicos como produtos do vestuário.
Já foi o tempo de presentear parentes e o amigo oculto com pacotes de cuecas. Pelo preço das lojas, cueca virou artigo de luxo. Quando passamos para os gêneros alimentícios, principalmente àqueles que fazem a ceia dos brasileiros, a tendência é fazer mágica e mudar tudo. Esta semana, um site especializado em pesquisas de preços publicou a variação de até 180% nos itens da ceia natalina, em comparação ao ano anterior. Do bacalhau para o merluza, do pernil para a bisteca. Peru, pelos primeiros preços, só na lembrança. Vamos de frangão mesmo. Nozes e castanhas, já expostas nas bancas dos supermercados, só se utilizar o cartão de crédito.
As frutas de época também com preços nas alturas. No item das bebidas, a solução é prestigiar o vinho nacional. Tá mais em conta, embora o excesso de produção portuguesa fez com que as importações taxassem os produtos a preços competitivos. Mais impressionante é que o brasileiro não reclama. O importante é o copo cheio e gelado. O bom desta época é que tem emprego para todo mundo.
Para os jovens, a chance do primeiro emprego como vendedor temporário, podendo garantir uma vaga a depender da performance. Para os mais velhos, a oportunidade de um bico como Papai Noel. A exigência, além de velho, é ter paciência, disposição e saco… para os brinquedos. De qualquer maneira, é o chamado tempo de festas. Se preparem porque a temporada está só começando. Haja fôlego e fígado. Pode ser que em uma destas comemorações encontre o seu Papai Noel. Às vezes, você mesmo é o Papai Noel.
Pitaco 1: Depois da confusão no jogo contra o Flamengo, tem muito torcedor que pode ficar sem Natal. A fuça de alguns desordeiros está sendo analisada por dezenas de câmeras espalhadas pela Arena MRV.
Pitaco 2: Para lembrar aos deputados federais: 6 x 1 só o do Galo.