A artista Lelena Lucas apresenta sua exposição inédita no Galpão Cine Horto chamada “Cartas da Quarentena” até o dia 29 de julho. São 200 “cartas” em formato A4, criadas com tintas, lápis e pincéis que representam o testemunho do profundo mergulho no mundo emocional que a envolvia nos anos de 2020 e 2021, durante a pandemia de COVID-19. As pinturas foram dedicadas a pessoas queridas da artista, marcando um momento de união e afeto durante o isolamento necessário.
“Digo que desenvolver esse projeto foi mais do que um exercício artístico, foi uma espécie de salvação diante das incertezas, tristezas e indignações em um período sombrio. Em um contexto de perdas e de luto, as ‘Cartas da Quarentena’ se tornaram um ato de resistência e esperança, e foi produzindo essas cartas/pinturas, que eu me conectava às pessoas e fortalecia uma corrente de resistência e esperança”, contou Lelena.
A pandemia foi um momento difícil para todo mundo, e com tantas perdas, os sentimentos de saudade, carinho e afeto ficaram ainda mais intensos, e demonstrar isso ficou cada vez mais essencial. Nos meses de isolamento, sentindo a necessidade de colocar o que tinha de bom para fora, com objetivo de tirar algo positivo da situação, a artista se reinventou e teve uma fase extremamente criativa onde resolveu homenagear todos que amava fazendo o que mais gosta.
“Postava as fotos das pinturas nas redes sociais e dedicava cada uma a pessoas queridas que já estavam conectadas à minha vida e também às que foram se conectando ao se engajarem nas postagens. Na medida em que esse movimento cresceu, vislumbrei a ideia da exposição. O Centro Cultural Galpão Cine Horto abraçou a ideia e, também, uma campanha colaborativa foi crucial para a realização desta exposição. Ao final da temporada, vou poder entregar cada pintura a seu destinatário. Agradeço imensamente a todos que me inspiram e colaboraram neste empreendimento afetivo”, explicou.
A artista
Lelena Lucas, nascida em Belo Horizonte, é reconhecida por seu trabalho nas artes cênicas e nas artes visuais. É coordenadora da Corpo Escola de Dança (Grupo Corpo) e integrante do coletivo Mães pela Liberdade MG. Sua trajetória artística se destaca pela sensibilidade e pelo engajamento com questões sociais.
“Cresci cercada de arte, acabei quase me perdendo por atuar em diferentes áreas artísticas. Foquei na dança como profissão principal, e estive sempre ligada às artes cênicas, mas, paralelamente, desenvolvi meu trabalho nas artes plásticas. Participei de mostras coletivas e algumas individuais. Gosto da abstração mesclada à arte figurativa. A composição e a mistura de materiais e técnicas me estimulam”, disse.