Que o turismo é um dos melhores negócios do mundo todos sabemos, assim como o grande potencial brasileiro, especialmente o de Minas Gerais. O que não sabemos é a razão da falta de prioridade, ou interesse, dada pelos governos federal, estaduais ou municipais ao assunto. Entro nesta rica seara como participante de alguns eventos que tive oportunidade de me envolver, como agente patrocinador, nos bons tempos da velha e boa Telemig, assim como participante ativo deste mercado.
O Brasil, com sua riqueza tropical, natureza invejável, temperatura perfeita, cultura e atrações fantásticas não aparece entre os 25 países mais visitados do mundo. Minas Gerais, com o grande esforço de seu trade do turismo e louváveis ações do atual secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas de Oliveira, apesar de toda riqueza e história colonial, artística e cultural, não aparece entre os cinco principais estados visitados no Brasil. Mesmo detendo mais que 60% dos bens tombados pelo Patrimônio Histórico Nacional, uma excelente gastronomia, seu povo, além de riquezas naturais deslumbrantes. Muitos dirão: “Mas crescemos, no turismo, 17% em relação aos anos anteriores”. O que só demonstra a tamanha insignificância desta poderosa indústria, fonte de receitas e geração de empregos a que estávamos acostumados.
Há poucos dias terminou a 26ª edição do “Festival de Gastronomia de Tiradentes”, atualmente promovido pela Plataforma Fartura, do incansável e competente Rodrigo Ferraz. Criado em 1997 pelo então secretário de Turismo da cidade, Ralph Justino, tendo como principal patrocinador a Telemig, sob a presidência de Saulo Coelho e minha gerência de eventos culturais e comunicação. Nas palavras de Ralph: “O evento foi pioneiro por se tratar de um festival de gastronomia ao ar livre nas ruas da cidade, sendo que os que já existiam aconteciam apenas dentro dos grandes hotéis famosos do Rio de Janeiro ou São Paulo”. Um sucesso que merece ser reconhecido não só pela qualidade permanente, mas também pelo movimento econômico gerado. Assim, também patrocinamos, em Tiradentes, o 1º Festival de Cinema, da incansável e criativa Raquel Hallak e sua Universo Produções. Sucesso que se mantém ao longo do tempo, já realizada a sua 26ª edição. Cito estes dois eventos, criado pela mente inspirada de seus empreendedores e investidores, para registrar o quanto uma boa ideia dá bons resultados.
Um dos fatores que mais inibem qualquer negócio é a falta de acesso a eles. A logística, transportes e estradas são os grandes inimigos do sucesso do turismo, em qualquer lugar do mundo, o que em Minas Gerais é comprovado diariamente. Temos muito a oferecer aos nossos visitantes, exceto como chegar aos destinos escolhidos. Nossos hotéis, pousadas, restaurantes, receptivos e infraestrutura de serviços estão em níveis razoáveis para bons, porém, sem voos, estradas, acessos que assegurem confiança e segurança. Vale a pena nossos dirigentes pensarem sobre o assunto, uma parceria já pronta, especialmente pelo setor privado. Falta apenas o poder público, através de seus governantes, comparecer com uma de suas finalidades, que é criar meios de acesso com qualidade às cidades.
Os principais países do mundo a atrair turistas, de acordo com a Organização Mundial do Turismo (OMT) são, pela ordem, França, Espanha, Estados Unidos, China, Itália, Turquia, México, Tailândia, Alemanha, Reino Unido e Grécia. Os principais estados brasileiros visitados pelos turistas internacionais são, segundo a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina, que injetaram na economia brasileira, até agora em 2023, R$ 13 bilhões. A estimativa é que, este ano, o turismo irá gerar, na economia do Brasil, 145 bilhões de dólares, o que representa 7,8% de nosso Produto Interno Bruto (PIB). Uma gigantesca indústria limpa.