A pesquisa Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG), mostrou que os empresários do comércio de Belo Horizonte estão otimistas com o desempenho das vendas no médio prazo e têm planos de investir na contratação de pessoal.
O Icec projetado para maio alcançou o nível de confiança de 107,8 entre as empresas com mais de 50 funcionários e de 103,8 entre empresas com até 50 empregados. Dentre os ramos de atividades, bens semiduráveis chegaram a 106,5 pontos no grau de confiança, seguidos por duráveis (103,6 pontos) e não duráveis (com 102,0 pontos).
De acordo com o Índice de Investimento dos Empresários do Comércio (Iiec), que integra a pesquisa Icec de maio, 65,4% dos empresários entrevistados pretendem aumentar o quadro de funcionários. Dentre as empresas de maior porte (com mais de 50 empregados), 66,7% têm a intenção de aumentar o número de funcionários. Já as com até 50 empregados, 65,4% têm expectativa de contratar.
O Índice de Investimento dos Empresários do Comércio atingiu a pontuação que indica confiança em maio com 100,9, sendo 1,7 ponto percentual abaixo da projeção apurada para abril. O segmento que mais pretende contratar, conforme a pesquisa, é o comércio de não duráveis (17,9%), seguido por duráveis (13,8%). Comerciantes do grupo de semiduráveis ficam em terceiro lugar na intenção de aumentar muito as contratações, somando 7,5%.
O nível de investimento está maior para 46,7% das empresas, valor 2,3 pontos percentuais menor que no mês anterior. Para 60,3% das empresas de maior porte, o nível de investimentos se encontra maior, apresentando uma redução de 5,8 pontos quando comparado ao resultado do último mês. Estão com os estoques em nível adequado 59% das empresas. Para 24,8% há excesso de produtos e para 16,1% faltam itens.
Conforme a pesquisa, a intenção dos empresários do comércio de investir no negócio se manteve em nível de confiança, acima de 100 pontos, nos últimos 12 meses. A mesma situação se configura tanto para empresas com mais de 50 funcionários quanto para aquelas com até 50 empregados.
O economista Leonardo Pereira diz que a capacidade de investimento para as empresas de pequeno porte foi duramente impactada por diversos fatores. “Alta da taxa de juros, queda no poder de compra, endividamento e inadimplência de famílias e estabelecimentos, além da concorrência com o comércio de importados, que vem crescendo no país nos últimos anos”.
Ele afirma que os empresários ainda demonstram bom otimismo, porém, a redução dos investimentos pode ter consequências negativas a longo prazo. “Essa situação pode limitar a capacidade de inovação e crescimento do setor, levando à estagnação. Portanto, é crucial que os empresários encontrem maneiras de manter seus investimentos e buscar soluções criativas para enfrentar os desafios atuais e futuros”.
Ainda segundo Pereira, o otimismo em relação ao cenário econômico e ao setor do comércio pode ocasionar possíveis investimentos. “As aplicações de recursos futuras devem ser direcionadas para a expansão da mão de obra, com destaque para as empresas de menor porte, impulsionadas pelo setor de bens duráveis. Essa perspectiva positiva pode indicar que os empresários estão acompanhando as mudanças no mercado e se preparando para aproveitar as oportunidades que surgirão. No entanto, é essencial que eles sejam ágeis, flexíveis e adotem estratégias de gestão e marketing que possam ajudá-los a se adaptar às mudanças e se manterem competitivos”, finaliza.