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CNC projeta crescimento de 2,5% para o turismo em 2023

O segmento já fatura mais do que antes da pandemia / Foto: Xará/Secult

De acordo com dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume de receitas das atividades turísticas avançou 29,9% em relação a 2021. Especificamente em dezembro de 2022, a alta de 4,1% foi a maior já registrada para o mês, desde o início da apuração da PMS, há 11 anos. Para 2023, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) projeta crescimento de 2,5% no setor.

A economista Pamela Sobrinho esclarece que o segmento representou 8% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, em 2021, ficando atrás apenas do agronegócio, da mineração e da indústria automotiva. “Então, podemos dizer que é uma atividade de grande importância para o Brasil, seja ele o turismo ecológico ou de eventos”.

José Roberto Tadros, presidente da CNC, afirma que o prognóstico é de manutenção do avanço do faturamento ao longo do ano. “A expansão inédita de serviços, que compreende o segmento de turismo, consolida um cenário de recuperação depois da pandemia e aponta o potencial do setor para gerar o crescimento de que o país tanto precisa”.

De acordo com Pamela, o turismo é um dos setores econômicos que melhor está se recuperando da pandemia. “É um momento interessante na história, as pessoas querem viajar, e mesmo com o dólar alto e os juros elevados, a necessidade de viver experiências novas tem motivado essas ações. Esse movimento é global e o Brasil tem ganhado com isso”.

 

Minas Gerais

Segundo a CNC, Minas Gerais foi o terceiro estado que mais teve perdas apuradas pelo setor de turismo, até dezembro de 2022, foram R$ 48,8 bilhões. Os estados de São Paulo (R$ 248,6 bilhões) e do Rio de Janeiro (R$ 75 bilhões), principais epicentros da crise sanitária no Brasil, concentram mais da metade (61%) das perdas acumuladas no cenário nacional.

Pamela pontua que, em curto prazo, Minas Gerais não vai conseguir recuperar esse prejuízo. “É importante o estímulo do setor no estado, que tem características próprias, como o turismo ecológico, cultural e de negócio. Esse último, por exemplo, perdeu espaço com as reuniões via internet, assim, é preciso rever alguns modelos, o que requer um planejamento de longo prazo”.

Ela acrescenta ainda que o turismo tem uma excelente representação de economia criativa e sustentável. “As festas turísticas têm uma relevância fundamental no campo econômico da cidade e do estado, um exemplo, são os impactos da pandemia, que não foram piores em 2020, por conta do Carnaval. O setor é a resposta econômica para Minas Gerais e também para o Brasil, e isso requer investimento, padronização, estudos e qualificação profissional para gerar esse crescimento”.

Ainda de acordo com a confederação, o segmento de turismo acumulou perdas de faturamento de R$ 531,8 bilhões, desde o início da crise sanitária. Com o avanço gradativo das receitas, a expectativa é que, a partir de agora, se inicie um processo de recuperação dos prejuízos.

 

Setor de serviços fecha em alta

Na comparação com o ano anterior, o volume de receitas do setor de serviços cresceu 8,3% em 2022, de acordo com a PMS. Após queda de 7,8%, em 2020, o principal indicador do nível de atividade do setor terciário expandiu pelo segundo ano consecutivo. Para 2023, a CNC projeta avanço de 3,4%.

A confederação explica que, considerando as previsões de baixo crescimento econômico para 2022, a expectativa é que as atividades terciárias apresentem avanços mais modestos que os do ano passado. “Menos afetados pelos juros que outras atividades, os serviços e o turismo ainda veem mais distantes, do que outros setores, a ameaça de cenários recessivos em 2023”.

 

Mercado de trabalho

Conforme o economista da CNC, Fabio Bentes, responsável pelo estudo, o processo de recuperação tem provocado impactos significativos no mercado de trabalho formal.

Entre março e agosto de 2020, o turismo teve que eliminar 470 mil vagas formais, em virtude da queda abrupta da atividade, e nos meses subsequentes, foram criadas cerca de 465 mil vagas de emprego celetista. Para 2023, a CNC projeta um saldo entre admissões e desligamentos de 84 mil postos de trabalho no setor.